quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O preconceito social


Ontem assisti na televisão o filme brasileiro "Era Uma Vez" do diretor Breno Silveira que conta a história de Dé, morador do morro do Cantagalo no Rio de Janeiro que trabalha num quiosque de vendas de cachorro quente em Ipanema. O jovem apaixona-se por Nina, menina nascida em berço de ouro que mora num apartamento de luxo. Os dois namoram e problemas surgem por serem de origens diferentes. Aí já viu! A família de Nina não aceita e começa a pressionar pelo fim do namoro. No meio disso tudo Nina decide fugir com Dé, e seu irmão, líder do tráfico no Morro, decide promover um festa de despedida, quando Nina é sequestrada por ele.
O pai de Nina vai à imprensa e diz que Dé a sequestrou, ele que nada tem a haver com o caso atira em seu irmão para salvar Nina. Ao chegarem ao asfalto Nina e Dé se deparam com mais um choque de realidade, a policia está em frente ao apartamento dela à espera de Dé, por garantir que ele é o sequestrador. Eles se escondem no quiosque. Nina pede ajuda ao pai dizendo que Dé salvou sua vida. O que não adianta, a policia atira nele e o mata. Revoltada, Nina pega a arma de Dé e começa a atirar contra a polícia, que imediatamente revida matando-a.
O filme faz uma crítica social ao modo da sociedade se relacionar, pois o fato do menino Dé ser morador da favela não significa que ele seja um bandido real ou em potencial, mas a sociedade de classe média e alta já o julga como tal. O final onde o menino é morto relata o pensamento de parte da sociedade que não quer nem saber e já pensa que esse mal tem de ser exterminado rapidamente, sem mesmo saber quem ele é.
O ator Thiago Martins, que interpretou Dé, é morador de morro, trabalha durante o dia, estuda à noite e não tem nenhuma ligação com o crime organizado, pelo contrário, foi selecionado para trabalhar no filme por fazer parte de grupo de teatro comunitário, faz um comentário bastante esclarecedor sobre essa situação : "se as pessoas olhassem para as outras com mas carinho, as coisas seriam diferente."


Gabriel Villarim – Representante da JSB no Congresso Nacional