segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Especial: O que os jovens querem?


Nosso quarto entrevistado da série O que os Jovens querem? é o Gabriel Villarim, 29 anos, representante da Juventude do PSB e faz parte da Direção Nacional da Juventude do partido no Congresso Nacional.

Gabriel sempre foi apaixonado por política, nasceu em Brasília e começou sua militância aos 14 anos. De lá pra cá está sempre esteve envolvimento em movimentos sociais. “Eu me dedico a militância porque acredito no futuro do Brasil e só através das nossas lutas e reivindicações é que vamos conseguir viver num país melhor”.

Com essa série de textos, queremos mostrar um pouco do pensamento jovem brasileiro, seus anseios e dificuldades. Vamos falar de temas como educação, primeiro emprego, universidade, combate as drogas, transporte, cultura, lazer, esporte e diversos assuntos de interesse da juventude.

Confira a entrevista:

Quais são as principais preocupações da juventude hoje em dia?

Gabriel: Melhoria na educação e acesso ao primeiro emprego. Acho que esses são os dois principais problemas pra a juventude.

Em termos de educação, o que a juventude espera das políticas de governo?


Gabriel: O jovem precisa ter qualidade de ensino desde criança. Os professores precisam ser bem remunerados e preparados para proporcionar a qualidade na educação. O transporte também é um problema para o estudante. Com o passe livre o estudante conseguiria ser mais freqüente na escola, porque muitas vezes o jovem mora longe e não tem dinheiro para o transporte.

Qualificação profissional, escolas técnicas e universidades isso poderia ajudar a conquistar melhores empregos

Gabriel: Na questão das escolas técnicas, o Brasil precisa ampliar o número e as vagas. O Governo Lula já avançou muito nessa questão, mas esperamos que o número de escolas e vagas sejam ainda mais ampliados. Então, ampliar o número de escolas técnicas no país proporciona ao jovem preparo para o mercado profissional. Até para o primeiro emprego isso pode ajudar muito para que os jovens tenham alguma capacitação.

Com relação às universidades é mais oportunidade para o jovem claro. Hoje em dia é difícil o jovem ter preparo para passar no vestibular. Há oito anos atrás o jovem de classe mais carente não tinha acesso ao estudo universitário. O ProUni e o Reuni são exemplos claríssimos de que essa realidade está mudando. Ainda precisam ser mais ampliado, mas hoje em dia já se pode colocar boa parte dos jovens no ensino superior.

O ProUni e o Reuni são passos importantíssimos que precisam continuar e ser ampliados. Hoje já mudou muito e escutamos as pessoas falarem que o filho do pedreiro conseguiu se formar através do ProUni.

Temas de bastante interesse da juventude são cultura, esporte e Lazer. Fale um pouco sobre eles.

Gabriel: O jovem hoje ainda tem uma dificuldade muito grande de ter acesso a cultura e ao esporte.

Antes, o jovem pobre não podia ir ao cinema ou teatro por causa do preço inacessível. No esporte, o jovem não tinha uma quadra de futebol disponível para jogar, para fazer um atletismo ou outra coisa. Nestas questões já melhorou muito, porque as políticas de incentivo a cultura no país mudaram bastante e no esporte também, o jovem tem o apoio de remuneração do bolsa atleta, por exemplo. O jovem em vez de estar na rua usando drogas ele pratica um esporte.

Na cultura o governo melhorou muito com os incentivos dos Pontos de Cultura, Cine mais cultura, porque o incentivo a produção cultural chegou às cidades mais carentes. Com isso, você tira o jovem da rua, quando ele podia estar usando drogas, está ocupando o tempo de uma forma inteligente e saudável.

A droga é um problema sério. Como os jovens esperam que o Governo trate esse assunto?

Gabriel: Esse assunto é muito complicado quando tratado no âmbito da juventude, porque existem várias motivos que levam ao jovem a usar drogas. Os jovens de periferia são os mais atingidos por conta da falta de informação. Ele, muitas vezes sofre maus tratos dentro de casa e optam pelo mundo da rua e conseqüentemente ao uso das drogas. As drogas acabam sendo usadas como refúgio da realidade. Isso é muito preocupante porque o problema muitas vezes acontece dentro de casa.

Os dependentes químicos precisam ser tratados como doentes, como uma questão de saúde pública. O governo tem que dar condições de tratamento e também investir na parte preventiva. Fazer debate nas escolas sobre os danos das drogas. Começar a preparar o jovem desde cedo e na conscientização da família do jovem sobre esse assunto.

O que poderia ser feito como prevenção é a visita de agentes de saúde em casas das famílias de comunidades onde o uso de droga é freqüente, para alertar-los sobre todos os danos que a droga causa. Além de mais investimento em clínicas de tratamento dos usuários e apoio psicológico para a família. Com essas duas coisas unidas, o jovem tem grande chance de se recuperar, porque a família precisa compreender o que o dependente está passando.

O que a juventude pensa sobre a violência e o que precisa ser melhorado?

Gabriel: Acho que a repressão da política é um grande problema e também achar que o jovem não tem que ser ouvido, que o jovem carente não tem mais salvação não leva a nada. Já ouvi muito policial falar que aquele jovem está perdido e não tem mais solução. Isso não é bem assim, a violência pode ser amenizada com informação, com o diálogo, e sem violência. Violência gera violência. Nem todo jovem que está subindo o morro depois de um dia de trabalho é um bandido.

Violência domestica também é um problema muito sério e o jovem acaba se tornando violento por causa da educação dos pais. Outro problema de violência com o jovem, que precisa ser resolvido imediatamente, é a exploração sexual. Em alguns estados esse problema é gritante e precisa ser resolvido.

O que a juventude espera do governo Dilma?

Gabriel: O grande otimismo da juventude é que o Lula abriu as portas. Eu ouvi de muitos jovens: “Hoje eu consigo ter meu primeiro emprego, hoje eu consigo me formar, eu tenho uma profissão, eu sou alguém”.

Então, Dilma tem que continuar. Cabe a Dilma continuar o que o governo Lula iniciou com a Juventude. Cabe a Dilma ter diálogo e eu não tenho a menor dúvida de que isso vai continuar. Ela está muito bem preparada e sabe os problemas do jovem brasileiro. Dilma está preparada para continuar esses avanços, ela sabe o que a juventude pensa.

Fonte: http://www.galeradadilma.com.br/?p=5408

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