quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Entrevista ao JAP com Fabricio lopes

Movimento estudantil: em pauta

Projeto de lei prevê reparação do Estado à destruição da sede da Une e Ubes em 1964, trazendo reflexões sobre o papel do movimento hoje
Está em discussão o PL 3931/08, que prevê a responsabilização do Estado Brasileiro pela destruição da Sede da UNE/UBES em 1964, como um dos primeiros atos de instauração da ditadura no país. Hoje, passadas quatro décadas, entra em discussões entre os jovens e na própria sociedade, qual é o lugar e o papel dos movimentos estudantis. Quais são as bandeiras das entidades estudantis num governo dos trabalhadores? A autonomia é possível?
A destruição da sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), em 1964 está sendo relembrada em 2008. Em agosto, o presidente Lula assinou o projeto de lei que responsabilizando o Estado brasileiro pela destruição da casa da entidade durante a ditadura. O projeto de lei terá o acompanhamento do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) e conta com o apoio do Conselho Nacional de Juventude
O PL 3931/08, do Poder Executivo cria uma comissão interministerial para estabelecer o valor e a forma da indenização à UNE. Segundo informações da Agência Câmara, a votação da matéria ainda neste ano. A proposta também será submetida a análise das comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).
Antes da destruição, a sede na Praia do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro era partilhada pela UNE e União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), desde 1942. O espaço foi incendiado e saqueado em 1º de abril de 1964, sendo demolido em 1980. A expectativa é que o edifício seja reformado e conte com um projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer.
Movimento estudantil hoje – Os principais movimentos políticos, culturais e de resistência no país contaram com a participação ativa dos estudantes. No século XX, a mobilização e a força política de entidades como a UNE e a UBES foram marcas históricas significativas, especialmente nos momentos de combate às ditaduras. Hoje, são outros tempos. Já não há oposições tão claras e o governo brasileiro vem de bases esquerdistas. Fica então a pergunta sobre qual é o papel dos movimentos estudantis num contexto de social-democracia.
Para Lúcia Stumpf, presidente da UNE, a atual bandeira de luta da entidade é o Estado democrático e a consolidação das liberdades individuais de expressão, imprensa etc. “Se observarmos atentamente, ainda há muita precariedade nos serviços públicos básicos e o abismo social entre ricos e pobres ainda é escandaloso. Temos na Constituição de 1988, garantidos como direitos à educação, saúde, moradia, trabalho etc. Mas vemos que ainda há muitos entraves para que se configurem como uma realidade na vida das pessoas mais simples. O acesso à universidade ainda é muito difícil, mesmo com os avanços recentes. E enquanto o Brasil não for um país verdadeiramente democrático, no sentido de garantir plenos direitos a todos os cidadãos, a UNE se manterá nas ruas exigindo que estes direitos sejam atendidos” explica.
Segundo Fabrício Lopes, representante da UBES no Conjuve, “o movimento estudantil hoje transcendeu barreiras, o fato de entender o estudante como protagonista social contribuiu significativamente para que a luta ampliasse. Existem retrógrados que teimam em dizer que o ME enfraqueceu, pelo contrário, hoje ele tem mais frentes de atuação, passa pela política pública de juventude, movimento pela sustentabilidade ambiental, luta por condições de entrada no mercado de trabalho, entre outras”.
Movimento estudantil e partidarismo - Hoje para muitos jovens o espaço da política estudantil é um lugar de dúvida e até mesmo descrédito. Na rebarba da desvalorização das instituições, as entidades estudantis também são questionadas. Estudioso do movimento estudantil, Otávio Luiz Machado questiona em seus artigos a relação intrincada das entidades com partidos políticos esquerdistas, dificultando uma posição mais autônoma e crítica dos movimentos, que não conseguem se distanciar dos govenos. Os conteúdos podem ser lidos na íntegra no blog Seja realista: peça o impossível (Movimento Estudantil Brasileiro), no endereço http://sejarealistapecaoimpossivel.blogspot.com/.
Para a presidente da UNE, as diretorias são compostas por estudantes de diferentes correntes ideológicas e políticas, “há estudantes com filiação partidária de esquerda, estudantes com filiação partidária de direita e estudantes sem filiação partidária alguma. Ou seja, não é a filiação partidária que determina, mas o compromisso com a luta estudantil”. A militante considera que o histórico dos movimentos não pode ser colocado em xeque pelo que chama de “demonização da filiação partidária”. Segundo ela, a UNE jamais se isentou de fazer as críticas necessárias ao governo, como quando do aumento dos juros, em que fizemos uma manifestação pelo "Fora Meirelles!" em Brasília.
Lopes acredita que o envolvimento dos membros da entidade com partidos políticos faz parte do processo histórico de incentivo dos partidos à militância interna. Fora que acredita que a maior organização fortalece os grupos, o que não impede a participação de todos.
Para a presidente da UNE, “O Movimento Estudantil foi um dos pontos altos da resistência ao neoliberalismo no país. Foram greves, passeatas, vigílias, tudo para barrar o projeto em curso. Hoje observamos um esvaziamento da agenda neoliberal no país e devemos isso em parte à mobilização dos estudantes universitários e secundaristas da década de 90. Obtivemos vitórias, mas também derrotas. Uma delas é justamente o avanço dos discursos individualista e da falência das instituições políticas, que estão interligados. Este discurso oculta na verdade interesses poderosos de manter o status quo. Para isso, é imprescindível uma população apática, um povo que não lute, daí a importância de inculcar no imaginário das pessoas, em especial dos jovens, que na vida vale o ‘salve-se quem puder’ e que ‘político é tudo igual’”.
A entidade vem se envolvendo com atividades de mobilização e participação política, como a campanha "Mudar a Política para Mudar o Brasil", onde é proposta a reforma política de caráter democratizante no país. Outra iniciativa é a Caravana UNE: Saúde, Educação e Cultura, que percorrerá 41 instituições das 27 unidades da Federação, discutindo temas que relacionam saúde e comportamento juvenil como álcool e violência no trânsito, descriminalização das drogas, legalização do aborto, DSTs (com realização de testes rápidos de HIV), além das discussões do chamado Projeto Brasil, no qual se agregam o SUS, o sistema político, políticas educacionais.
Para Fabrício Lopes, a militância estudantil marca o início da militância política de muitos jovens. “Através do ambiente escolar iniciamos muitas das habilidades que vamos desenvolver no nosso futuro. Fazer política não está ligado intimamente a fazer a política escolar, ela vai além, alunos que buscam um habitat saudável, ou mesmo cobram o efetivo aprendizado do currículo escolar já demonstram que têm habilidades políticas e que pode começar desde já a construir suas idéias também para a sociedade”.
O conselheiro de juventude não acha que as instituições políticas do país não vivem um descrédito, mas sim falta de informação. “A política de entretenimento, versus, conhecimento vêm ao longo dos últimos anos assolando a nossa sociedade. Liga se a televisão e parece que tudo está distante, ou então que nada passa perto de nossas casas. Por vezes ter noção da realidade e lutar para transformá-la é doloroso. Noticias chocam, mas parece que é só trocar de canal e não choca mais. É necessário criar uma cultura de busca do conhecimento, hoje quem detém informação está mais preparado para o futuro. A escola precisa ser o estopim desta política e os jovens os agentes de direito da transformação. É possível acreditar ainda” conclui.

CE aprova meia-entrada para estudantes e idosos com cota de 40% dos ingressos


Depois de cerca de três horas de debate com a presença de líderes estudantis e de representantes de artistas e produtores, a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) aprovou substitutivo da senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) ao PLS 188/07, que assegura a meia-entrada para estudantes e pessoas com mais de 60 anos em salas de cinema, espetáculos de teatro e circo, museus, parques e eventos educativos e esportivos. O texto limita a venda de ingressos pela metade do preço a 40% do total de lugares oferecidos ao público.
O principal ponto de divergência entre os senadores e também o tema predominante nos debates foi a cota de 40%. O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) apresentou voto em separado propondo a retirada desse limite, mas sua sugestão foi rejeitada por 14 votos a 7.
Inácio Arruda disse que a cota é uma restrição à conquista histórica das entidades estudantis que é a meia-entrada. E informou que apresentará recurso para que o projeto, votado em decisão terminativa na CE, seja submetido à apreciação do Plenário, onde pretende defender seu voto em separado.
A cota foi defendida durante o debate pela relatora da matéria e pelos senadores Flávio Arns (PT-PR) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG), autores do projeto original e que votaram a favor do substitutivo apresentado por Marisa Serrano.
Eduardo Azeredo disse que a importância econômica da atividade artista e cultural deve ser levada em conta na instituição da meia-entrada e da cota de 40%. Por sua vez, Flávio Arns argumentou que o assunto foi debatido no Senado nos últimos quatro anos. Ele lembrou que foram feitas várias audiências públicas no Senado e criado um grupo de trabalho com a participação de estudantes, artistas e produtores na elaboração do projeto.
Já o senador Pedro Simon (PMDB-RS) manifestou surpresa com as divergências entre artistas e produtores, em defesa da cota de 40%, e estudantes, contrários a esse limite. Simon disse que, ao longo de sua vida, acostumou-se a ver artistas e estudantes do mesmo lado, defendendo as mesmas posições políticas.
Meia-entrada inteira
O presidente da CE, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), disse que, em razão das carteiras falsificadas, facilitada pela Medida Provisória 2208/01, a meia-entrada ficou falsa: "Os produtores, para cobrir seus custos, aumentaram de tal maneira os preços dos ingressos que a meia-entrada vira uma entrada inteira", declarou Cristovam.
O artigo 5º do texto aprovado revoga a Medida Provisória 2.208/01, que retirou da União Brasileira dos Estudantes (UNE) e da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundários) a atribuição de emissão de carteiras de estudantes. Essa MP, na opinião do senador Inácio Arruda, criou as condições para a falsificação em massa de carteiras de estudante.
A proposta da relatora também autoriza o Poder Executivo a criar o Conselho Nacional de Fiscalização, Controle e Regulamentaçãoda Meia-Entradae Identificação Estudantil. O senador Francisco Dorneles (PP-RJ) disse que normas como essa, que apenas autorizam o Executivo a criar o conselho, em vez de criá-lo no próprio texto da lei, podem ficar no papel por muito tempo.
A presidente da UNE, Lúcia Stumpf, disse durante a reunião que os estudantes estão do mesmo lado dos artistas na questão da revogação da MP 2208/01. Lúcia Stumpf falou logo depois da exibição de um vídeo dos produtores culturais e artistas que contém críticas à atual situação, por ela possibilitar a meia-entrada falsa.
Geraldo Sobreira / Agência Senado

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Projeto que regulamenta meia-entrada pode ser votado hoje


A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado deve votar hoje (25) o projeto de lei que regulamenta a meia-entrada no país. Artistas e produtores teatrais que apóiam a proposta vão acompanhar a votação, marcada para as 11h no Congresso.
Dirigentes da União Nacional dos Estudantes (UNE) farão vigília na comissão para aprovar alterações no projeto, que inclui a suspensão da cota (o projeto impõe cota de 40% para venda de ingressos de meia-entrada), a padronização do documento de identificação estudantil e a criação de um conselho de fiscalização.
A partir das 10h, os estudantes ligados à UNE ficarão em frente ao local de votação alertando os senadores sobre a importância da manutenção dos direitos conquistados pela juventude e também garantidos pelo Estatuto do Idoso.


Agência Brasil

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

PEC da Juventude

Na última quarta-feira (12), foi aprovado em segundo turno na Câmara dos Deputados o Projeto de Emenda à Constituição 138/03, a chamada PEC da Juventude, de autoria do deputado Sandes Júnior (PP-GO). O dispositivo inclui o jovem entre aqueles aos quais a Constituição assegura prioridade em direitos como saúde, alimentação, educação, lazer, profissionalização e cultura. A PEC agora segue para a análise do Senado.
Sua aprovação contou com 382 votos, na forma do substitutivo da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), relatora na comissão especial. A faixa etária considerada na definição de jovem pela comissão especial é de 15 a 29 anos.
O texto aprovado no segundo turno exclui alguns pontos, considerados pelos partidos como assuntos a serem tratados pela legislação infraconstitucional. Um deles é a exclusão da prioridade dada às crianças, aos adolescentes e aos jovens portadores de vírus HIV em programas de prevenção e atendimento especializado dessa doença.
Normas legais a serem elaboradas depois da promulgação da futura emenda deverão prever um estatuto da juventude, para regular os direitos, e um plano nacional da juventude, de vigência decenal, para articular as esferas do Poder Público na execução de políticas públicas.
Segundo Dalmo Viana Secretário Nacional de Politicas Públicas da Juventude Socialista Brasileira (JSB) " A juventude brasileira pode comemorar a vitória obtida com a apovação da PEC da Juventude, isso demonstra o poder de organização dos jovens, que históricamente contribuem em momentos decisivos da nossa sociedade, como na campanha pelo "Petróleo é Nosso" , nas diretas e nas lutas pelos direitos democráticos...... essa é a juventude que transforma o nosso país"
A aprovação da PEC da Juventude é um reconhecimento dos direitos dos jovens. Abre-se agora o desafio da implementação de políticas públicas que propiciem o efetivo exercício desses direitos, que vêm sendo historicamente negados.
Gabriel Villarim

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Parlamento Jovem inicia suas atividades


O Programa Parlamento Jovem empossou hoje os 78 estudantes do ensino médio que atuarão como deputados até sexta-feira na Câmara dos Deputados. Os jovens, com idade entre 16 e 22 anos, iniciaram os trabalhos nas comissões com a indicação dos presidentes e vices e a distribuição das relatorias dos projetos selecionados. Os estudantes vêm de escolas públicas e particulares de todo o País e participam de uma jornada parlamentar que inclui apresentação de projetos e emendas, debates e votação nas comissões e no plenário. O presidente do Conselho Nacional da Juventude, Danilo Moreira, integrou a mesa de abertura, presidida pelo presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arlindo Chinaglia.

Os participantes foram selecionados a partir da inscrição de projetos de lei nas áreas de agricultura e meio ambiente; saúde e segurança pública; economia, emprego e defesa do consumidor; educação, cultura, esporte e turismo. Para o presidente do Parlamento Jovem de 2007, Johnny Silva Borges, de 20 anos, a oportunidade de ser deputado por uma semana é única e extraordinária. "Vi que políticos trabalham muito; que a política é necessária para a sociedade e ainda aprendi a escolher melhor meus representantes", explica.

O número de participantes é proporcional à representação parlamentar de cada estado. Durante o período da Legislatura, que tem a duração de cinco dias, os participantes têm a oportunidade de experimentar o dia-a-dia dos parlamentares brasileiros no desempenho de suas funções legislativas. O trâmite das proposições apresentadas pelos deputados jovens se dá de acordo, tanto quanto possível, com as normas regimentais vigentes na Câmara dos Deputados.

Os deputados jovens são pré-selecionados pelas secretarias de educação dos respectivos estados, por meio da apresentação de um projeto de lei. O projeto de lei deverá ser apresentado nas escolas e deverá versar sobre temas nas seguintes áreas: Agricultura e Meio-Ambiente; Saúde e Segurança Pública; Economia, Emprego e Defesa do Consumidor; Educação, Cultura, Esporte e Turismo.

Ao final da cerimônia de posse, os parlamentares jovens receberam materiais sobre a I Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude (texto base, cadernos temáticos e revista com as resoluções). A Conferência Nacional é um espaço de diálogo entre o poder público e a sociedade sobre os desafios do segmento juvenil e quais alternativas devem ser tomadas pelos governos para respondê-los.


O Parlamento Jovem Brasileiro, instalado anualmente, é regulado pelo Ato da Mesa nº 49/04 e pela Resolução 12/03 da Câmara dos Deputados, de iniciativa do Deputado Lobbe Neto. Neste ano, o evento ocorrerá durante o período de 10 a 14 de novembro.

Fonte: www.juventude.gov.br

sábado, 8 de novembro de 2008

UNE e UBES na luta pela manutenção dos direitos da Carteira do Estudante.

Entidades responderão com mobilizações e atos públicos ao projeto em discussão no Senado que pode alterar a forma como o documento é utilizado atualmente para a compra de ingressos pela metade do preço.

Esta semana um projeto em discussão no Senado Federal chamou a atenção da juventude: o texto propõe alteração na forma como a carteirinha de estudante é utilizada atualmente para a compra de ingressos pela metade do preço. A proposta também vale para o benefício concedido às pessoas com mais de 60 anos de idade.
Entre outras coisas, o texto estabelece que a meia-entrada não valerá nos cinemas em finais de semana e feriados locais ou nacionais. Para todos os outros eventos, como peças teatrais e shows, a meia-entrada não valerá de quinta-feira a sábado, se o projeto for aprovado.

Em nota a UNE e a UBES reconhecem a tentativa do parlamento brasileiro de regulamentar a emissão do documento, que de fato se faz necessária, mas reafirmam que não concordam, nem aceitam, que esse direito conquistado seja, agora, limitado.
"Defendemos o direito a meia-entrada em todos os dias da semana e lutaremos para que esse direito seja assegurado no projeto. É necessária também a validação apenas das carteiras emitidas pelas entidades estruturadas e reconhecidas nacionalmente. A criação de um fórum formado por representantes das entidades representativas dos estudantes e do fazer cultural e de entretenimento no país, para gerenciamento e controle do mecanismo também é questão fundamental. Abaixo a MP 2.208/01!", diz um trecho do documento.
O projeto também tenta coibir a emissão de carteiras de estudante falsificadas, criando um documento único, padronizado, de validade nacional: a Carteira de Identificação Estudantil. Cria ainda um Conselho Nacional de Fiscalização, Controle e Regulamentação da meia-entrada e da identidade estudantil. A proposta está pronta para ser votada pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), mas a data da votação ainda não foi definida. Se passar pelo Senado, ainda será analisada pela Câmara dos Deputados.
As entidades são favoráveis ao documento único de identificação, mas contrárias as restrições ao uso da carteirinha, explica a presidente da UNE, Lúcia Stumpf. "Esses pontos vão enfrentar a resistência da UNE e da UBES. Somos a favor do direito amplo e irrestrito conquistado pelos estudantes. Os senadores resolveram encaminhar dessa forma, mas vamos lutar para mudar isso."
Lúcia diz que as entidades são favoráveis ao documento único, mas contrárias as restrições ao seu uso. A presidente da UNE diz que a padronização do documento não resultará em aumento do preço de emissão. "Não deve aumentar exatamente porque não vai mais ser regido pela disputa de mercado", diz Lúcia.
"Hoje, existem até cursinhos de línguas e pré-vestibulares fantasmas, criados só para emitir a carteira", critica. Lúcia é contrária ao sistema de cotas para a venda de meia-entrada por achar impossível a fiscalização. "Nem mesmo os produtores apresentaram uma alternativa eficiente para controlar a venda dos ingressos para estudantes. Sem isso, podem vender apenas os cinco primeiros e dizer que já venderam toda a cota", afirma.
Projeto No Senado, antes de chegar à Comissão de Educação, a matéria foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com alterações ao texto original. Na Comissão de Educação sofreu mais mudanças, após a realização de várias audiências públicas com representantes dos estudantes e dos produtores culturais. A relatora do projeto na Comissão de Educação é a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), que apresentou um substitutivo à matéria original, do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
Leia a íntegra da nota:
Carteira do estudante: UNE e UBES na luta para garantir esse direito!
A Carteira do Estudante com direito à meia-entrada foi uma conquista histórica do movimento estudantil na década de 1940. A lei foi instituída como uma política que garanta a complementação da formação acadêmica dos jovens, facilitando o seu acesso aos bens culturais.
Esta semana um projeto em discussão no Senado Federal chamou a atenção da juventude: o texto pode alterar a forma como a carteirinha de estudante é utilizada atualmente para a compra de ingressos pela metade do preço. Entre outras coisas, estabelece que a meia-entrada não valerá nos cinemas em finais de semana e feriados locais ou nacionais. Para todos os outros eventos, como peças teatrais e shows, a meia-entrada não valerá de quinta-feira a sábado, se o projeto for aprovado.
Nós da União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) reconhecemos a tentativa do parlamento brasileiro de regulamentar a emissão do documento, que de fato se faz necessária, mas não podemos permitir que esse direito conquistado seja, agora, limitado. Nós participamos do debate no Senado e contribuímos na formulação do PL com as seguintes propostas:
1) unificação da identidade estudantil, emitida por um mecanismo que impeça a falsificação, como a Casa da Moeda.
2) criação de um conselho amplo formado por sociedade civil, governo, Movimento Estudantil e parlamento para regulamentar a emissão desta identificação e garantir a vigência do direito à meia-entrada.
Defendemos a regulamentação na emissão do documento, sete anos após a Medida Provisória 2.208/01 editada pelo então ministro da educação Paulo Renato, que concede o direito a emissão de carteirinha a qualquer instituição de ensino, vê-se a desmoralização na emissão, trazendo sérios danos aos estudantes que vêem seu direito restrito na prática. A medida visava enfraquecer as entidades estudantis, cuja única forma de financiamento eram as carteiras. Até então, apenas a UNE e a UBES emitiam as carteiras e se opunham ao projeto de mercantilização e sucateamento da educação proposto por Paulo Renato e FHC.
A MP do ministro Paulo Renato estabeleceu uma indústria de carteiras estudantis no Brasil com entidades fantasmas sendo criadas com a única finalidade de vender o documento. Hoje, até empresas privadas que não possuem nenhuma ligação com os estudantes comercializam a tal carteira, induzindo uma enorme margem de fraude no processo de emissão do documento e gerando um universo de falsos estudantes que impeliram os estabelecimentos de entretenimento a elevar substancialmente o valor das entradas. Sob a argumentação de "universalizar" a meia-entrada, o ministro na prática deu um duro golpe também neste direito dos estudantes.
Vale ressaltar que a Carteira do Estudante é uma política específica criada para ampliar a formação dos jovens. Mas acabou perdendo o verdadeiro sentido com as inúmeras falsificações.
A iniciativa de tentar coibir a emissão de carteiras de estudante falsificadas, criando um documento único, padronizado, de validade nacional: a Carteira de Identificação Estudantil e de criar um Conselho Nacional de Fiscalização, Controle e Regulamentação da meia-entrada e da identidade estudantil, propostas do projeto estão de acordo com o que a UNE e a UBES reivindicam desde 2001. Contudo, há este terceiro ponto, que prevê a limitação dos dias de meia-entrada.
Não concordamos e, seria impossível para nós concordarmos, com a não aceitação da meia-entrada em todos os dias da semana, tendo em vista que para nós, esse é um direito conquistado pelos estudantes brasileiros e complemento de nossa formação.
Reafirmamos, mais uma vez, que defendemos o direito a meia-entrada em todos os dias da semana e lutaremos para que esse direito seja assegurado no projeto. É necessária também a validação apenas das carteiras emitidas pelas entidades estruturadas e reconhecidas nacionalmente, mediante apresentação de documentos que comprovem sua atuação legal e legítima. A criação de um fórum formado por representantes das entidades representativas dos estudantes e do fazer cultural e de entretenimento no país, para gerenciamento e controle do mecanismo também é questão fundamental.
Abaixo a MP 2.208/01! Pela regulamentação da emissão de carteiras sem restrição do direito!
31 de outubro de 2008
União Nacional dos Estudantes
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
Da Redação
Com UOL

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

"A mudança chegou à América"

Democrata bateu McCain nas urnas e é o 1º presidente negro dos EUA.

Daniel Buarque
Do G1, em Chicago

Barack Hussein Obama, 47 anos, foi eleito nesta terça-feira (4) o 44º presidente da história dos Estados Unidos. Ele será o primeiro negro a chefiar a nação mais rica do planeta.

No discurso da vitória, o senador democrata disse que a "hora da mudança chegou à América".

Obama falou em Chicago, seu berço político, pouco depois das 23h no horário local (3h de quarta em Brasília). Uma hora antes, projeções indicaram sua vitória sobre o também senador John McCain, 72 anos, um republicano.

"O caminho à frente será longo. Nossa escalada será árdua. Podemos não chegar lá em um ano ou em um mandato, mas, América, nunca estive mais esperançoso do que nesta noite de que chegaremos lá," afirmou Obama.

Pelas projeções, Obama terá mais de 330 dos 538 votos no Colégio Eleitoral - o mínimo para ser eleito é 270 -, num resultado que confirma a tendência apontada pelas pesquisas de intenção de voto divulgadas até a véspera da eleição. Até o início da manhã desta quarta, a apuração estava concluída em poucos estados.

A posse do democrata está marcada para 20 de janeiro, encerrando oito anos de um impopular governo do republicano George W. Bush.




Obama discursou para uma multidão no Grant Park, em Chicago, às margens do Lago Michigan. Segundo estimativa da rede de televisão CNN, o público foi de 125 mil pessoas. A agência Associated Press estimou em 250 mil.

No palco, ele sorriu menos do que durante a campanha, parecendo mais sério já como presidente eleito.Obama parabenizou o candidato derrotado, disse que McCain "trabalhou duro" durante a campanha e que quer trabalhar junto com o rival na Casa Branca. Ele também parabenizou seu candidato a vice, Joe Biden, sua mulher, Michelle Obama, e sua família.

Conheça a trajetória de Joe Biden, vice-presidente eleito dos EUA

Conheça a trajetória de Michelle Obama, próxima primeira-dama dos EUA Obama disse que o caminho que os Estados Unidos têm à frente é difícil e pediu "unidade" para enfrentar os desafios. "Nossa escalada vai ser íngreme. Nós não chegaremos lá em um ano nem em um mandato, mas, América, eu nunca estive tão esperançoso como nesta noite em que nós estamos aqui", disse. O presidente eleito afirmou que é hora de "sonhar novamente o sonho americano". Ele repisou várias vezes o "Yes, we can" (sim, nós podemos), um dos lemas de sua campanha, e disse que "tudo é possível".

Projeção

A projeção da rede CNN foi divulgada às 22h de Chicago (2h em Brasília), mesmo momento em que foram fechadas as urnas do importante estado da Califórnia. Lá, as projeções mostram que Obama garantiu os 55 votos no Colégio Eleitoral.

Outras redes de TV divulgaram projeções semelhantes logo em seguida.

Pouco depois, o senador McCain fez discurso em Phoenix, Arizona, admitindo a derrota. Ele disse que telefonou para Obama cumprimentando-o pela vitória.

Acompanhado de sua mulher, Cindy, e de sua candidata a vice, Sarah Palin, ele parabenizou publicamente Obama e se colocou à disposição do rival para ajudá-lo.

O discurso de McCain foi assistido com muita atenção no Grant Park, onde eleitores de Obama já se concentravam para festejar a vitória e esperavam a fala de Obama.

O candidato derrotado foi bastante aplaudido quando disse que ia respeitar o resultado das urnas. O único momento de vaia foi quando o republicano agradeceu a Sarah Palin.

O presidente George W. Bush também cumprimentou seu sucessor pela vitória eleitoral, informou a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, fez o mesmo. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, felicitou Obama e manifestou desejo de restabelecer diálogo. (veja a repercussão da vitória de Obama entre líderes de países). O Vaticano declarou que espera "Deus ilumine" Barack Obama, para que possa "corresponder às grandes expectativas depositadas nele."

Veja fotos da festa da vitória democrata

Aos 42 anos, Obama entra para a história depois de uma longa campanha, iniciada nas prévias do partido democrata, disputadas com a ex-primeira-dama Hillary Clinton. Um ano antes das eleições, o agora presidente-eleito ainda era desconhecido da maior parte dos Estados Unidos.

Por que a eleição de um negro para a Presidência dos EUA é histórica? Ele concorreu fazendo um apelo por “mudança”, palavra chave da sua campanha, e conseguiu empolgar o eleitorado, especialmente os mais jovens, com propostas de rompimento com o atual governo. Em Chicago, o G1 acompanhou o dia de votação , que parecia uma decisão de copa do mundo. Por toda a cidade as pessoas vestiam azul e carregavam símbolos da campanha democrata. Obama deve ter mais de 20 pontos percentuais de vantagem no Estado de Illinois. À noite, no Grant Park, os obamistas fizeram uma "contagem regressiva" para esperar o anúncio de que Obama era o virtual eleito.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Obama e McCain enfrentam-se em eleição presidencial histórica nos EUA

Próximo presidente pode ser o primeiro negro ou o mais velho da história.
Votação já começou em New Hampshire e Vermont.


Do G1, em São Paulo*


Nesta terça-feira (4), os norte-americanos irão às urnas para escolher seu 44º presidente, que cuidará, a partir de 20 de janeiro de 2009, de temas de relevância global, como a resposta à crise econômica e o destino da Guerra do Iraque.

Depois de um início de campanha equilibrado, a chapa democrata, de Barack Obama e Joe Biden, está à frente nas últimas pesquisas eleitorais, mas o candidato não quer "cantar vitória" contra os republicanos John McCain e Sarah Palin, que subiram alguns pontos nas intenções de votos nos últimos dias e apostam numa "virada" de última hora. A votação já começou nos estados de New Hampshire e Vermont, no nordeste do país. O dia de votação nos Estados Unidos começou nos pequenos municípios de Dixville Notch e Hart's Location (New Hampshire), seguindo uma antiga tradição . Os votos das poucas dezenas de eleitores foram contados e Obama venceu nos municípios.

Em Vermont, os locais de votação abriram as portas às 5h desta terça-feira (hora local e 8h de Brasília). A votação começou na área de Bennington, informou a diretora da zona eleitoral, Michele Hogan. Além disso, os eleitores americanos renovarão um terço do Senado e toda a Câmara de Representantes. Segundo as pesquisas, os democratas devem manter a maioria legislativa. A maioria dos colégios eleitorais da costa leste dos Estados Unidos deve abrir as portas entre as 10h GMT e as 12h GMT (8h e 10h de Brasília). O restante dos Estados Unidos deve começar a votar entre as 11h e 13h (de Brasília), seguidos pelo Alasca e o Havaí. As primeiras projeções dos canais de televisão locais são aguardadas para depois das 19h da costa leste americana (21h de Brasília).



Qualquer que seja o resultado, esta será uma eleição histórica: pode dar aos EUA o primeiro presidente negro, Obama, ou o presidente mais velho a ser empossado, McCain, de 72 anos.

Não é à toa que a campanha eleitoral de 2008 se converteu na mais cara da história dos EUA, com US$ 1,3 bilhão gasto desde as primárias. As prévias foram acirradas, principalmente com a disputa entre Obama e Hillary Clinton no Partido Democrata, e alguns dos principais favoritos acabaram "caindo" no meio do caminho.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Cúpula Ibero-Americana discute Juventude e Desenvolvimento

Brasília, 31/10/2008 - A XVIII Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, se encerra nesta sexta-feira, em São Salvador, capital de El Salvador. Com o tema “Juventude e Desenvolvimento”, o evento propiciou o debate entre os representantes dos países ibero-americanos sobre a cooperação em áreas como capacitação e emprego, educação, cultura, saúde, segurança, direitos humanos e migração. O Secretário Nacional de Juventude, Beto Cury, esteve presente na Cúpula, acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


A escolha do tema é de importância para os países participantes, em razão do expressivo número de jovens existentes nessas nações. Somente no Brasil existem cerca de 50 milhões de jovens. O Brasil compartilhou com os demais países sua experiência na formulação e implantação da Política Nacional de Juventude, lançada em 2005, e do projeto “Segundo Tempo”, que visa à integração social de jovens por meio do esporte.

Durante a reunião foi apresentado pela Organização Ibero-americana de Juventude, o Plano de Cooperação e Integração da Juventude da ibero-américa, que envolveu a discussão das políticas de integração das agendas governamentais.

Na Cúpula do ano passado, em Santiago do Chile, o ano de 2009 foi declarado “Ano Ibero-Americano da Juventude”. Desde abril deste ano, o tema juventude foi discutido por especialistas e ministros da área em reuniões setoriais preparatórias, como saúde, educação, cultura, turismo, gênero, meio ambiente, entre outros assuntos.

Fonte: http://www.juventude.gov.br