Em ato realizado nesta quinta-feira (3) na Câmara dos Deputados, parlamentares reafirmaram o compromisso de apoio à reconstrução da sede da UNE e da UBES, na Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro, destruída durante a ditadura militar. As entidades já reuniram 388 assinaturas de deputados e senadores a favor da reconstrução da sede. A proposta deve chegar ao Congresso em breve pelo Poder Executivo.
O deputado federal Júlio Delgado (PSB/MG) deu tom da colaboração que o parlamento pode dar de apoio a reivindicação dos estudantes. “Nosso apoio é concreto no parlamento e nas ações. A primeira delas é a destinação de emendas parlamentares para a construção da sede”. O presidente em exercício do PSB, Roberto Amaral, que foi vice-presidente da UNE, destacou porque é tão importante que os estudantes tenham reconstruída a antiga sede. “A UNE e a UBES representam a síntese da luta do povo brasileiro. A ditadura cassou a juventude brasileira e, não satisfeita, destruiu a sede na Praia do Flamengo, mas ela não sabia que onde houvesse um estudante ou um socialista, estaria a força da UNE sobrevivendo a brutalidade da ditadura”. Para Amaral, voltar para “casa” é dar continuidade a luta pela democracia e pela justiça social, símbolos do socialismo.
Integrante da Juventude Socialista Brasileira (JSB), o vice-presidente da UNE, Rildem Ramos, sustenta que reconstruir a sede é cicatrizar a última ferida aberta pela ditadura militar. “Mais que a nova sede, a UNE quer a promoção de um centro de ebulição política e cultural”.
Novos desafios – A deputada federal Lídice da Mata (PSB/BA) observou que hoje as lutas estudantis são mais complexas do que na década de 60. “Enquanto jovens tínhamos o objetivo muito claro de lutar para acabar com a ditadura militar, de sonhar e lutar para preparar uma grande revolução para nosso país e para o mundo, hoje a juventude enfrenta o avanço da globalização, resiste a um projeto neoliberal, assim como a violência que se abate sobre os jovens”. A parlamentar destacou ainda, que a violência é uma bandeira dos estudantes, mas ainda mais de jovens que não conseguem ingressar numa faculdade.
O vice-líder do Partido Socialista Brasileiro, deputado Rodrigo Rollemberg (PSB/DF), destacou que a juventude deve ser a protagonista das mudanças. Ao citar Miguel Arraes, afirmou que quando o povo se une, as elites, os dirigentes do país e os partidos políticos também são obrigados a se unir em torno dos grandes interesses da nação. “A UNE já cumpriu e continua cumprindo este papel, unir todos os seguimentos populares para fazer o país avançar. Na política não existe espaço vazio, as conquistas são feitas sob pressão”, conclamou.
O diretor de Ciência e Tecnologia da UNE, Bruno da Mata, observou que o próximo grande passo da entidade é aprender a viver e atuar na democracia. “Ocupar espaços no Congresso Nacional, no Poder Executivo e em outras instâncias de poder para aprovar leis que beneficiem os estudantes”, defendeu.
Projeto de Niemeyer - Em 1º de abril de 1964: a ditadura militar invadiu, saqueou, incendiou e destruiu a sede da UNE e da UBES, na Praia do Flamengo, 132, no Rio de Janeiro. O terreno recuperado há pouco tempo na justiça, antes abrigava um estacionamento irregular, deve ceder espaço ao prédio de treze andares que será sede das entidades. O projeto inclui cinema, teatro e foi doado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. A obra deve custar R$ 30 milhões.
Projeto de Niemeyer - Em 1º de abril de 1964: a ditadura militar invadiu, saqueou, incendiou e destruiu a sede da UNE e da UBES, na Praia do Flamengo, 132, no Rio de Janeiro. O terreno recuperado há pouco tempo na justiça, antes abrigava um estacionamento irregular, deve ceder espaço ao prédio de treze andares que será sede das entidades. O projeto inclui cinema, teatro e foi doado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. A obra deve custar R$ 30 milhões.
Letícia Alcântara/ Repórter
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