quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Marcelo Serafim diz que vai às ruas para garantir os direitos dos estudantes

Em Brasília, o deputado Marcelo Serafim (PSB-AM) repudiou os vereadores que apóiam as propostas de redução da meia passagem que tramitam na Câmara Municipal de Vereadores. “A proposta de redução da meia passagem é absurda e cheira a traição por parte daqueles que sempre disseram defender os direitos dos estudantes. A discussão do reajuste da passagem não pode estar vinculada a perda de direitos”, disse.
Marcelo disse que é solidário ao movimento estudantil e que vai às ruas participar das manifestações para impedir a redução da meia passagem. “A JSB (Juventude Socialista Brasileira) está na luta para que os estudantes não percam os seus direitos. A história do nosso partido não permite que estejamos de outro lado neste momento. Nosso lado sempre será o da sociedade amazonense”, enfatizou o deputado.
Assessoria de Imprensa do deputado federal Marcelo Serafim

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

PCdoB, PDT, PSB e PT lançam nota contra PDOT

PDOT APROVADO NA CÂMARA ATENTA CONTRA
A QUALIDADE DE VIDA NO DF

Na madrugada do último dia 13 de dezembro, o Distrito Federal sofreu um duro golpe: a proposta de Plano Diretor de Ordenamento Territorial, do governo de José Roberto Arruda e Paulo Octávio, foi aprovada na Câmara Legislativa. A nova lei representa uma afronta aos direitos ambientais das gerações atuais e futuras e uma vitória das grandes construtoras e especuladores imobiliários.
O governo e seus aliados camuflaram os aspectos mais nocivos do novo PDOT sob a retórica da legalidade e do direito à moradia. O argumento, porém, é falacioso: embora contemple a justa regularização de áreas residenciais, entre elas setores habitacionais de interesse social, a proposta aprovada permite ganhos astronômicos dos mesmos que até hoje se beneficiaram com a especulação, o comércio ilegal e a grilagem de terras.
O PDOT sentencia à morte a Área de Proteção de Mananciais do Catetinho e põe em grande risco as outras APMs, uma vez que permite ao governador, sob parecer da Caesb, extingui-las de ofício. O plano autoriza ainda uma expansão urbana desmedida, muitas vezes superior ao necessário para atender as demandas de moradia da população até 2020, que elimina áreas rurais e acelera a degradação ambiental.
Nos últimos 22 anos, a área urbana do DF cresceu 132%, e o novo PDOT, em vez de reverter, mantém essa tendência. Em poucos anos, não haverá mais áreas de cerrado no Distrito Federal.
Tudo isso aponta para o estresse dos recursos hídricos, o aumento do fenômeno da conurbação e do inchaço populacional, da violência, do caos no trânsito e da formação das chamadas periferias de periferias. Em termos objetivos: o PDOT aponta claramente para a degradação da qualidade de vida e, em futuro não distante, para a completa inviabilidade da ocupação humana do Distrito Federal.
Além disso, nada justifica a transformação do Noroeste em setor habitacional destinado somente a segmentos de alta renda, a ser construído com base em licitação por quadra, não por projeção, o que viabiliza a participação apenas dos grandes empreendedores. Do mesmo modo, o PDOT estimula, nas novas áreas urbanas, a constituição de condomínios de luxo, como por exemplo ao longo da DF-140. Num e noutro caso, o governo desconsidera o fato de que o déficit habitacional no DF atinge sobretudo os segmentos de média e baixa renda.
Dessa forma, Brasília, ao lado das outras cidades do DF, que deveria se constituir num outro modelo de desenvolvimento, baseado em planejamento urbano e preservação ambiental, lamentavelmente confirma as distorções encontradas em megalópoles como São Paulo e Rio de Janeiro.
Igualmente revoltante foi a forma como o GDF e sua base de apoio parlamentar conduziram o processo de tramitação e aprovação do PDOT. Por meio da mídia e das audiências públicas e seminários, estudiosos do mais alto renome e técnicos de órgãos federais e do próprio governo local insistentemente alertaram para os danos ambientais irreparáveis da proposta, mas foram simplesmente ignorados. No final, a discussão do plano acabou se confundindo com a negociação dos cargos da mesa diretora da Câmara Legislativa e há a suspeita de que a aprovação do PDOT foi obtida utilizada como objeto do tráfico de interesses espúrios.
Diante disso, o PT, o PDT, o PSB e o PC do B se comprometem a questionar a nova lei junto ao Ministério Público do DF, ao Ministério Público Federal e ao Poder Judiciário, e unir forças com órgãos técnicos, lideranças e entidades da sociedade civil, com o objetivo de manter acesa a luta em favor do desenvolvimento sustentável e da justiça social no Distrito Federal.
Assinam:
Chico Vigilante – Presidente do Partido dos Trabalhadores-DF
Cristovam Buarque – Presidente do Partido Democrático Trabalhista-DF
Rodrigo Rollemberg – Secretário Geral do Partido Socialista Brasileiro-DF
Apolinário Rebelo – Presidente do Partido Comunista do Brasil-DF

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

PALAVRA DE ROLLEMBERG: PDOT de Arruda é contra o futuro do DF


Em artigo, deputado declara que Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) tem falhas gritantes. Proposta aprovada pela Câmara Legislativa pode provocar danos ambientais permanentes



Lideranças vinculadas às áreas ambiental, urbanística e social assistiram estarrecidas ao rolo compressor do governador Arruda e sua base parlamentar, durante a aprovação do novo Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT), pela Câmara Legislativa, na madrugada do último sábado (13/12). De nada adiantaram os alertas de órgãos locais e federais sobre os prejuízos irreparáveis do plano ao meio ambiente, com a perspectiva de destruição da Área de Proteção de Mananciais do Catetinho e o avanço da mancha urbana sobre a zona rural; de nada valeram também as críticas à elitização do setor Noroeste, concebido para atender somente os segmentos de alta renda: na decisão de Arruda, Paulo Octávio e seus distritais, prevaleceram a insensatez e o lobby da especulação imobiliária.

Na defesa de sua proposta de PDOT, o governo repetiu à exaustão o óbvio: o DF precisa de um novo plano diretor: o que vigorava antes da votação na Câmara, definido em 1997, havia caducado e já deveria ter sido substituído. O GDF, porém, esqueceu o principal: o DF merece um bom plano diretor, o que este novo PDOT, em virtude de suas falhas gritantes, certamente não é.

E a justa demanda pela regularização de diversos condomínios não pode servir de cortina de fumaça para os absurdos da nova lei.

Estudiosos não cansaram de avisar que a expansão urbana projetada pelo governo é hiper-estimada, pois abrange uma área muito superior àquela que seria necessária para atender a população até 2020. Além disso, muitas das novas áreas urbanas serão dedicadas a condomínios de luxo, sendo que o déficit habitacional do DF é sobretudo de unidades residenciais para os segmentos de média e baixa renda.

Ao longo das tão citadas doze audiências públicas e três seminários oficiais promovidos para discutir a proposta do governo, as vozes discordantes simplesmente foram ignoradas. No final, o "debate com a população" não passou de mera formalidade.

Como se não bastasse, a votação do PDOT coincidiu com a eleição da mesa diretora da Câmara, o que criou um terreno propício para o toma-lá-dá-cá, envolvendo cargos e votos. Provavelmente, não por acaso, uma parlamentar da base do governo, insatisfeita com o acordo, se absteve no 2.º turno.

O deputado Alírio Neto, presidente da Casa, havia se comprometido, na quarta-feira (10/12) à tarde, com os integrantes do Movimento Lúcio Costa, a manter uma postura estritamente arbitral. No entanto, o que se viu no plenário foi uma postura agressiva favorável ao governo e contrária aos órgãos ambientais, que, segundo ele, haviam se omitido ao longo de todo o processo; a bem da verdade, desde que entrou em tramitação na Câmara Legislativa, foram várias as críticas e questionamentos ao PDOT do GDF, feitos pela Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (PRODEMA) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), do Instituto Chico Mendes (ICMBIO), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e até de técnicos da própria Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do GDF (SEDUMA), conforme amplamente noticiado.

Infelizmente, mesmo o deputado Rogério Ulysses, representante de nosso partido na Câmara Legislativa, sucumbiu à pressão do governo. Embora tenha se posicionado favoravelmente ao adiamento da votação, quando o PDOT foi submetido ao plenário, votou por sua aprovação tanto no primeiro quanto no segundo turno, contrariando o posicionamento público da Executiva do PSB-DF.


Representei junto ao MPDFT para que solicitasse à Câmara o adiamento da votação. Agora, com a lei aprovada, cabe questioná-la junto ao Poder Judiciário. Mais que isso, é hora de todas as pessoas, instituições e forças políticas que lutam pela qualidade de vida e a justiça social unirem suas forças por melhores dias para a população do Distrito Federal.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Rollemberg é o novo líder do PSB na Câmara

Deputado foi escolhido por consenso e vai comandar em 2009 uma bancada de 29 parlamentares


Por unanimidade, o deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) foi escolhido como o novo líder do PSB na Câmara dos Deputados, em reunião no Plenário das Comissões. Ele substitui o colega Márcio França (SP), que passou os últimos dois anos à frente do colegiado, e assume o cargo no próxima legislatura.

“A minha vida inteira foi dedicada ao PSB. Me sinto preparado para este novo desafio e me comprometo a ouvir todos os parlamentares do partido. Quero fazer uma gestão compartilhada. Dar vida a bancada”, afirmou Rollemberg, que também elogiou o trabalho do deputado Márcio França (SP). Rollemberg declarou que quer uma bancada mais atuante nos projetos analisados pelo Legislativo. O parlamentar apresentou um documento propondo reuniões regulares para discutir a pauta do Congresso; debates mensais sobre temas nacionais, como as reformas tributária e política; intensificar a integração da bancada na Câmara dos Deputados com a bancada do Senado; e contribuir para o fortalecimento da bancada e do Bloco de Esquerda nos processos de negociação e articulação.

Ao final, Rollemberg agradeceu o apoio de seu pai (in memoriam) o ex-deputado, Armando Leite Rollemberg, “que sempre teve uma postura, simples e correta”, e aos companheiros Jamil Haddad, Miguel Arraes, Roberto Amaral e Eduardo Campos. “Todos me ajudaram na minha trajetória política".

Da Ascom do deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) - 9/12/2008

Manifestação contra o PDOT

Convite a todas as pessoas que lutam pela qualidade de vida das gerações atuais e futuras de Brasília: Manifestação amanhã(quarta-feira 10/12), às 14 horas, em frente à Câmara Legislativa do Distrito Federal, contra a proposta de PDOT preparada pelo GDF. Segue manifesto do Movimento Lúcio Costa por uma Brasília Ambientalmente Sustentável. Grande abraço e vamos todos à luta!
Movimento Lucio Costa

MANIFESTO DO MOVIMENTO LÚCIO COSTA


POR UMA BRASÍLIA AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEL

Nos últimos anos, Brasília tem assistido, com grande apreensão, ao avanço da violência urbana, da especulação imobiliária, da degradação dos recursos hídricos, da devastação continuada de áreas de cerrado, do caos no trânsito, da poluição do ar e do sucateamento dos sistemas públicos de educação e saúde. Ao mesmo tempo, prosseguem as agressões a sua condição de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, com a invasão de áreas públicas e o desrespeito às características arquitetônicas da cidade.
Como uma nova ameaça, o projeto de Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) do Distrito Federal, em vias de ser votado na Câmara Legislativa, incorpora proposta rechaçada durante as audiências públicas, como a inaceitável extinção da Área de Proteção de Mananciais do Catetinho, e proposta que sequer foi submetida a apreciação, como a criação das chamadas Zonas de Contenção Urbana, o que implicará a redução drástica das áreas rurais do Distrito Federal, com o conseqüente aumento dos danos ambientais decorrentes da expansão urbana. Além disso, privilegia a construção de moradias para os segmentos de alta renda, quando o déficit habitacional do DF atinge sobretudo os segmentos de média e baixa renda.
Em virtude disso, conclamamos a população do Distrito Federal a construir um vigoroso movimento em defesa de Brasília. Ao mesmo tempo, lançamos um apelo enérgico ao Governo do Distrito Federal e a todos os deputados distritais para que retirem de pauta o projeto do PDOT e procedam à sua reformulação, com a ampla participação da sociedade civil e dos demais órgãos do Poder Público, com vistas a promover a qualidade de vida para todos, por meio de um ordenamento territorial ambientalmente sustentável.
ASSINAM:
– Defensores do Parque Ecológico Bernardo Sayão
– Conselho Comunitário da Asa Norte
– Instituto Sociocultural e Ambiental Arthur Andrade (ISAAA)
– Conselho da APA Gama Cabeça de Veado
– Conselho de Planejamento da XVI Região Administrativa – Lago Sul
– Associação de Proteção Urbana e Ambiental (APUA)
– Fórum das ONGs Ambientais – Pró-Federação
– Associação dos Moradores da QI 15 – Lago Sul
– Conselho de Preservação de Brasília (CONBRAS)
– Conselho Comunitário da Asa Norte
– Associação de Defesa do Meio Ambiente em Brasília
– Associação de Moradores do Park Way
– Conselho de Segurança do Park Way
– Prefeitura da SQS 314
– Prefeitura do Setor Comercial Norte
– ONG Mão na Terra
– Associação dos Produtores do Núcleo Rural de Taguatinga (APRONTAG)
– Movimento Pró-Bacia do Rio Descoberto
– Fundação João Mangabeira

PSB do PI investe em jovens prefeitos de olho em 2010

O PSB vem se movimentando com os novos prefeitos em prol de plataforma voltada pra jovens
O PSB vem se movimentando junto aos novos prefeitos em prol de uma plataforma voltada para a juventude.

Nega-se que as articulações visem 2010, mas todos os novos prefeitos do partido têm sido procurados pela Juventude Socialista Brasileira (JSB), braço jovem do PSB, para que implantem em seus municípios políticas voltadas para os jovens.
De acordo com o secretário municipal da JSB, Emanuel Alcântara, a JSB tem investido nos contatos com os prefeitos para destacar principalmente a necessidade da criação de secretárias da juventude ou estruturas semelhantes.
"Logo após o encontro de prefeito promovido pela diretoria estadual, pudemos fazer o contato pessoalmente com a maioria dos prefeitos eleitos para reforçarmos a importância das ações por parte do executivo como forma de implementar políticas voltadas para juventude", explicou o secretário.
Entre os programas a serem desenvolvidos nos municípios estão incluídos o Projovem, Bolsa Atleta, Escola Aberta.
"São políticas aprovadas inicialmente pela Conferência Nacional da Juventude", disse Emanuel Alcântara. O secretario municipal disse ainda que entre as propostas estão incluídas discussões sobre políticas para meio ambiente.
Até o momento já foram contactados os prefeitos de Altos, Luís Correia, Vila Nova do Piauí, Elesbão Veloso, Oeiras, Ipiranga e Anísio de Abreu. Questionado se a mobilização tem um olho voltado para atrair o voto jovem em 2010, o secretário evita comentar a possibilidade. "A proposta não é pensando somente em 2010 mas sim, pelo crescimento do partido e da juventude em todo o Estado", afirmou.
Entretanto, Emanuel Alcântara admite que o crescimento da militância do partido coloca 2010 em pauta. "Quando se fala em 2010 é inevitável que com o crescimento da militância serão levantadas questões quanto à sucessão do governo e caso o candidato da base do governo indicado seja do nosso partido", ressalta o secretário.
Fonte: Portal 180Graus

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

JSB com Lula


Nesta quinta feira (27/11) os Conselheiros Nacionais de Juventude, Fabricio Lopes (SP), Emerson Gomes (BA) e João Vidal (SP), além do Secretário Nacional da Juventude Socialista Brasileira, Alex Nazaré, estiveram reunidos com o presidente da república Luis Inácio Lula da Silva e os ministros Fernando Haddad - Educação, Jucá Ferreira - Cultura e José Gomes Temporão - Saúde durante audiência de encerramento da Caravana de Saúde da União Nacional dos Estudantes. Os diretores da UNE Bruno da Mata (BA) e Rilden Ramos (RJ) representaram a fração do Movimento Universitário da JSB.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Entrevista ao JAP com Fabricio lopes

Movimento estudantil: em pauta

Projeto de lei prevê reparação do Estado à destruição da sede da Une e Ubes em 1964, trazendo reflexões sobre o papel do movimento hoje
Está em discussão o PL 3931/08, que prevê a responsabilização do Estado Brasileiro pela destruição da Sede da UNE/UBES em 1964, como um dos primeiros atos de instauração da ditadura no país. Hoje, passadas quatro décadas, entra em discussões entre os jovens e na própria sociedade, qual é o lugar e o papel dos movimentos estudantis. Quais são as bandeiras das entidades estudantis num governo dos trabalhadores? A autonomia é possível?
A destruição da sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), em 1964 está sendo relembrada em 2008. Em agosto, o presidente Lula assinou o projeto de lei que responsabilizando o Estado brasileiro pela destruição da casa da entidade durante a ditadura. O projeto de lei terá o acompanhamento do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) e conta com o apoio do Conselho Nacional de Juventude
O PL 3931/08, do Poder Executivo cria uma comissão interministerial para estabelecer o valor e a forma da indenização à UNE. Segundo informações da Agência Câmara, a votação da matéria ainda neste ano. A proposta também será submetida a análise das comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).
Antes da destruição, a sede na Praia do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro era partilhada pela UNE e União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), desde 1942. O espaço foi incendiado e saqueado em 1º de abril de 1964, sendo demolido em 1980. A expectativa é que o edifício seja reformado e conte com um projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer.
Movimento estudantil hoje – Os principais movimentos políticos, culturais e de resistência no país contaram com a participação ativa dos estudantes. No século XX, a mobilização e a força política de entidades como a UNE e a UBES foram marcas históricas significativas, especialmente nos momentos de combate às ditaduras. Hoje, são outros tempos. Já não há oposições tão claras e o governo brasileiro vem de bases esquerdistas. Fica então a pergunta sobre qual é o papel dos movimentos estudantis num contexto de social-democracia.
Para Lúcia Stumpf, presidente da UNE, a atual bandeira de luta da entidade é o Estado democrático e a consolidação das liberdades individuais de expressão, imprensa etc. “Se observarmos atentamente, ainda há muita precariedade nos serviços públicos básicos e o abismo social entre ricos e pobres ainda é escandaloso. Temos na Constituição de 1988, garantidos como direitos à educação, saúde, moradia, trabalho etc. Mas vemos que ainda há muitos entraves para que se configurem como uma realidade na vida das pessoas mais simples. O acesso à universidade ainda é muito difícil, mesmo com os avanços recentes. E enquanto o Brasil não for um país verdadeiramente democrático, no sentido de garantir plenos direitos a todos os cidadãos, a UNE se manterá nas ruas exigindo que estes direitos sejam atendidos” explica.
Segundo Fabrício Lopes, representante da UBES no Conjuve, “o movimento estudantil hoje transcendeu barreiras, o fato de entender o estudante como protagonista social contribuiu significativamente para que a luta ampliasse. Existem retrógrados que teimam em dizer que o ME enfraqueceu, pelo contrário, hoje ele tem mais frentes de atuação, passa pela política pública de juventude, movimento pela sustentabilidade ambiental, luta por condições de entrada no mercado de trabalho, entre outras”.
Movimento estudantil e partidarismo - Hoje para muitos jovens o espaço da política estudantil é um lugar de dúvida e até mesmo descrédito. Na rebarba da desvalorização das instituições, as entidades estudantis também são questionadas. Estudioso do movimento estudantil, Otávio Luiz Machado questiona em seus artigos a relação intrincada das entidades com partidos políticos esquerdistas, dificultando uma posição mais autônoma e crítica dos movimentos, que não conseguem se distanciar dos govenos. Os conteúdos podem ser lidos na íntegra no blog Seja realista: peça o impossível (Movimento Estudantil Brasileiro), no endereço http://sejarealistapecaoimpossivel.blogspot.com/.
Para a presidente da UNE, as diretorias são compostas por estudantes de diferentes correntes ideológicas e políticas, “há estudantes com filiação partidária de esquerda, estudantes com filiação partidária de direita e estudantes sem filiação partidária alguma. Ou seja, não é a filiação partidária que determina, mas o compromisso com a luta estudantil”. A militante considera que o histórico dos movimentos não pode ser colocado em xeque pelo que chama de “demonização da filiação partidária”. Segundo ela, a UNE jamais se isentou de fazer as críticas necessárias ao governo, como quando do aumento dos juros, em que fizemos uma manifestação pelo "Fora Meirelles!" em Brasília.
Lopes acredita que o envolvimento dos membros da entidade com partidos políticos faz parte do processo histórico de incentivo dos partidos à militância interna. Fora que acredita que a maior organização fortalece os grupos, o que não impede a participação de todos.
Para a presidente da UNE, “O Movimento Estudantil foi um dos pontos altos da resistência ao neoliberalismo no país. Foram greves, passeatas, vigílias, tudo para barrar o projeto em curso. Hoje observamos um esvaziamento da agenda neoliberal no país e devemos isso em parte à mobilização dos estudantes universitários e secundaristas da década de 90. Obtivemos vitórias, mas também derrotas. Uma delas é justamente o avanço dos discursos individualista e da falência das instituições políticas, que estão interligados. Este discurso oculta na verdade interesses poderosos de manter o status quo. Para isso, é imprescindível uma população apática, um povo que não lute, daí a importância de inculcar no imaginário das pessoas, em especial dos jovens, que na vida vale o ‘salve-se quem puder’ e que ‘político é tudo igual’”.
A entidade vem se envolvendo com atividades de mobilização e participação política, como a campanha "Mudar a Política para Mudar o Brasil", onde é proposta a reforma política de caráter democratizante no país. Outra iniciativa é a Caravana UNE: Saúde, Educação e Cultura, que percorrerá 41 instituições das 27 unidades da Federação, discutindo temas que relacionam saúde e comportamento juvenil como álcool e violência no trânsito, descriminalização das drogas, legalização do aborto, DSTs (com realização de testes rápidos de HIV), além das discussões do chamado Projeto Brasil, no qual se agregam o SUS, o sistema político, políticas educacionais.
Para Fabrício Lopes, a militância estudantil marca o início da militância política de muitos jovens. “Através do ambiente escolar iniciamos muitas das habilidades que vamos desenvolver no nosso futuro. Fazer política não está ligado intimamente a fazer a política escolar, ela vai além, alunos que buscam um habitat saudável, ou mesmo cobram o efetivo aprendizado do currículo escolar já demonstram que têm habilidades políticas e que pode começar desde já a construir suas idéias também para a sociedade”.
O conselheiro de juventude não acha que as instituições políticas do país não vivem um descrédito, mas sim falta de informação. “A política de entretenimento, versus, conhecimento vêm ao longo dos últimos anos assolando a nossa sociedade. Liga se a televisão e parece que tudo está distante, ou então que nada passa perto de nossas casas. Por vezes ter noção da realidade e lutar para transformá-la é doloroso. Noticias chocam, mas parece que é só trocar de canal e não choca mais. É necessário criar uma cultura de busca do conhecimento, hoje quem detém informação está mais preparado para o futuro. A escola precisa ser o estopim desta política e os jovens os agentes de direito da transformação. É possível acreditar ainda” conclui.

CE aprova meia-entrada para estudantes e idosos com cota de 40% dos ingressos


Depois de cerca de três horas de debate com a presença de líderes estudantis e de representantes de artistas e produtores, a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) aprovou substitutivo da senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) ao PLS 188/07, que assegura a meia-entrada para estudantes e pessoas com mais de 60 anos em salas de cinema, espetáculos de teatro e circo, museus, parques e eventos educativos e esportivos. O texto limita a venda de ingressos pela metade do preço a 40% do total de lugares oferecidos ao público.
O principal ponto de divergência entre os senadores e também o tema predominante nos debates foi a cota de 40%. O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) apresentou voto em separado propondo a retirada desse limite, mas sua sugestão foi rejeitada por 14 votos a 7.
Inácio Arruda disse que a cota é uma restrição à conquista histórica das entidades estudantis que é a meia-entrada. E informou que apresentará recurso para que o projeto, votado em decisão terminativa na CE, seja submetido à apreciação do Plenário, onde pretende defender seu voto em separado.
A cota foi defendida durante o debate pela relatora da matéria e pelos senadores Flávio Arns (PT-PR) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG), autores do projeto original e que votaram a favor do substitutivo apresentado por Marisa Serrano.
Eduardo Azeredo disse que a importância econômica da atividade artista e cultural deve ser levada em conta na instituição da meia-entrada e da cota de 40%. Por sua vez, Flávio Arns argumentou que o assunto foi debatido no Senado nos últimos quatro anos. Ele lembrou que foram feitas várias audiências públicas no Senado e criado um grupo de trabalho com a participação de estudantes, artistas e produtores na elaboração do projeto.
Já o senador Pedro Simon (PMDB-RS) manifestou surpresa com as divergências entre artistas e produtores, em defesa da cota de 40%, e estudantes, contrários a esse limite. Simon disse que, ao longo de sua vida, acostumou-se a ver artistas e estudantes do mesmo lado, defendendo as mesmas posições políticas.
Meia-entrada inteira
O presidente da CE, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), disse que, em razão das carteiras falsificadas, facilitada pela Medida Provisória 2208/01, a meia-entrada ficou falsa: "Os produtores, para cobrir seus custos, aumentaram de tal maneira os preços dos ingressos que a meia-entrada vira uma entrada inteira", declarou Cristovam.
O artigo 5º do texto aprovado revoga a Medida Provisória 2.208/01, que retirou da União Brasileira dos Estudantes (UNE) e da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundários) a atribuição de emissão de carteiras de estudantes. Essa MP, na opinião do senador Inácio Arruda, criou as condições para a falsificação em massa de carteiras de estudante.
A proposta da relatora também autoriza o Poder Executivo a criar o Conselho Nacional de Fiscalização, Controle e Regulamentaçãoda Meia-Entradae Identificação Estudantil. O senador Francisco Dorneles (PP-RJ) disse que normas como essa, que apenas autorizam o Executivo a criar o conselho, em vez de criá-lo no próprio texto da lei, podem ficar no papel por muito tempo.
A presidente da UNE, Lúcia Stumpf, disse durante a reunião que os estudantes estão do mesmo lado dos artistas na questão da revogação da MP 2208/01. Lúcia Stumpf falou logo depois da exibição de um vídeo dos produtores culturais e artistas que contém críticas à atual situação, por ela possibilitar a meia-entrada falsa.
Geraldo Sobreira / Agência Senado

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Projeto que regulamenta meia-entrada pode ser votado hoje


A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado deve votar hoje (25) o projeto de lei que regulamenta a meia-entrada no país. Artistas e produtores teatrais que apóiam a proposta vão acompanhar a votação, marcada para as 11h no Congresso.
Dirigentes da União Nacional dos Estudantes (UNE) farão vigília na comissão para aprovar alterações no projeto, que inclui a suspensão da cota (o projeto impõe cota de 40% para venda de ingressos de meia-entrada), a padronização do documento de identificação estudantil e a criação de um conselho de fiscalização.
A partir das 10h, os estudantes ligados à UNE ficarão em frente ao local de votação alertando os senadores sobre a importância da manutenção dos direitos conquistados pela juventude e também garantidos pelo Estatuto do Idoso.


Agência Brasil

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

PEC da Juventude

Na última quarta-feira (12), foi aprovado em segundo turno na Câmara dos Deputados o Projeto de Emenda à Constituição 138/03, a chamada PEC da Juventude, de autoria do deputado Sandes Júnior (PP-GO). O dispositivo inclui o jovem entre aqueles aos quais a Constituição assegura prioridade em direitos como saúde, alimentação, educação, lazer, profissionalização e cultura. A PEC agora segue para a análise do Senado.
Sua aprovação contou com 382 votos, na forma do substitutivo da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), relatora na comissão especial. A faixa etária considerada na definição de jovem pela comissão especial é de 15 a 29 anos.
O texto aprovado no segundo turno exclui alguns pontos, considerados pelos partidos como assuntos a serem tratados pela legislação infraconstitucional. Um deles é a exclusão da prioridade dada às crianças, aos adolescentes e aos jovens portadores de vírus HIV em programas de prevenção e atendimento especializado dessa doença.
Normas legais a serem elaboradas depois da promulgação da futura emenda deverão prever um estatuto da juventude, para regular os direitos, e um plano nacional da juventude, de vigência decenal, para articular as esferas do Poder Público na execução de políticas públicas.
Segundo Dalmo Viana Secretário Nacional de Politicas Públicas da Juventude Socialista Brasileira (JSB) " A juventude brasileira pode comemorar a vitória obtida com a apovação da PEC da Juventude, isso demonstra o poder de organização dos jovens, que históricamente contribuem em momentos decisivos da nossa sociedade, como na campanha pelo "Petróleo é Nosso" , nas diretas e nas lutas pelos direitos democráticos...... essa é a juventude que transforma o nosso país"
A aprovação da PEC da Juventude é um reconhecimento dos direitos dos jovens. Abre-se agora o desafio da implementação de políticas públicas que propiciem o efetivo exercício desses direitos, que vêm sendo historicamente negados.
Gabriel Villarim

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Parlamento Jovem inicia suas atividades


O Programa Parlamento Jovem empossou hoje os 78 estudantes do ensino médio que atuarão como deputados até sexta-feira na Câmara dos Deputados. Os jovens, com idade entre 16 e 22 anos, iniciaram os trabalhos nas comissões com a indicação dos presidentes e vices e a distribuição das relatorias dos projetos selecionados. Os estudantes vêm de escolas públicas e particulares de todo o País e participam de uma jornada parlamentar que inclui apresentação de projetos e emendas, debates e votação nas comissões e no plenário. O presidente do Conselho Nacional da Juventude, Danilo Moreira, integrou a mesa de abertura, presidida pelo presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arlindo Chinaglia.

Os participantes foram selecionados a partir da inscrição de projetos de lei nas áreas de agricultura e meio ambiente; saúde e segurança pública; economia, emprego e defesa do consumidor; educação, cultura, esporte e turismo. Para o presidente do Parlamento Jovem de 2007, Johnny Silva Borges, de 20 anos, a oportunidade de ser deputado por uma semana é única e extraordinária. "Vi que políticos trabalham muito; que a política é necessária para a sociedade e ainda aprendi a escolher melhor meus representantes", explica.

O número de participantes é proporcional à representação parlamentar de cada estado. Durante o período da Legislatura, que tem a duração de cinco dias, os participantes têm a oportunidade de experimentar o dia-a-dia dos parlamentares brasileiros no desempenho de suas funções legislativas. O trâmite das proposições apresentadas pelos deputados jovens se dá de acordo, tanto quanto possível, com as normas regimentais vigentes na Câmara dos Deputados.

Os deputados jovens são pré-selecionados pelas secretarias de educação dos respectivos estados, por meio da apresentação de um projeto de lei. O projeto de lei deverá ser apresentado nas escolas e deverá versar sobre temas nas seguintes áreas: Agricultura e Meio-Ambiente; Saúde e Segurança Pública; Economia, Emprego e Defesa do Consumidor; Educação, Cultura, Esporte e Turismo.

Ao final da cerimônia de posse, os parlamentares jovens receberam materiais sobre a I Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude (texto base, cadernos temáticos e revista com as resoluções). A Conferência Nacional é um espaço de diálogo entre o poder público e a sociedade sobre os desafios do segmento juvenil e quais alternativas devem ser tomadas pelos governos para respondê-los.


O Parlamento Jovem Brasileiro, instalado anualmente, é regulado pelo Ato da Mesa nº 49/04 e pela Resolução 12/03 da Câmara dos Deputados, de iniciativa do Deputado Lobbe Neto. Neste ano, o evento ocorrerá durante o período de 10 a 14 de novembro.

Fonte: www.juventude.gov.br

sábado, 8 de novembro de 2008

UNE e UBES na luta pela manutenção dos direitos da Carteira do Estudante.

Entidades responderão com mobilizações e atos públicos ao projeto em discussão no Senado que pode alterar a forma como o documento é utilizado atualmente para a compra de ingressos pela metade do preço.

Esta semana um projeto em discussão no Senado Federal chamou a atenção da juventude: o texto propõe alteração na forma como a carteirinha de estudante é utilizada atualmente para a compra de ingressos pela metade do preço. A proposta também vale para o benefício concedido às pessoas com mais de 60 anos de idade.
Entre outras coisas, o texto estabelece que a meia-entrada não valerá nos cinemas em finais de semana e feriados locais ou nacionais. Para todos os outros eventos, como peças teatrais e shows, a meia-entrada não valerá de quinta-feira a sábado, se o projeto for aprovado.

Em nota a UNE e a UBES reconhecem a tentativa do parlamento brasileiro de regulamentar a emissão do documento, que de fato se faz necessária, mas reafirmam que não concordam, nem aceitam, que esse direito conquistado seja, agora, limitado.
"Defendemos o direito a meia-entrada em todos os dias da semana e lutaremos para que esse direito seja assegurado no projeto. É necessária também a validação apenas das carteiras emitidas pelas entidades estruturadas e reconhecidas nacionalmente. A criação de um fórum formado por representantes das entidades representativas dos estudantes e do fazer cultural e de entretenimento no país, para gerenciamento e controle do mecanismo também é questão fundamental. Abaixo a MP 2.208/01!", diz um trecho do documento.
O projeto também tenta coibir a emissão de carteiras de estudante falsificadas, criando um documento único, padronizado, de validade nacional: a Carteira de Identificação Estudantil. Cria ainda um Conselho Nacional de Fiscalização, Controle e Regulamentação da meia-entrada e da identidade estudantil. A proposta está pronta para ser votada pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), mas a data da votação ainda não foi definida. Se passar pelo Senado, ainda será analisada pela Câmara dos Deputados.
As entidades são favoráveis ao documento único de identificação, mas contrárias as restrições ao uso da carteirinha, explica a presidente da UNE, Lúcia Stumpf. "Esses pontos vão enfrentar a resistência da UNE e da UBES. Somos a favor do direito amplo e irrestrito conquistado pelos estudantes. Os senadores resolveram encaminhar dessa forma, mas vamos lutar para mudar isso."
Lúcia diz que as entidades são favoráveis ao documento único, mas contrárias as restrições ao seu uso. A presidente da UNE diz que a padronização do documento não resultará em aumento do preço de emissão. "Não deve aumentar exatamente porque não vai mais ser regido pela disputa de mercado", diz Lúcia.
"Hoje, existem até cursinhos de línguas e pré-vestibulares fantasmas, criados só para emitir a carteira", critica. Lúcia é contrária ao sistema de cotas para a venda de meia-entrada por achar impossível a fiscalização. "Nem mesmo os produtores apresentaram uma alternativa eficiente para controlar a venda dos ingressos para estudantes. Sem isso, podem vender apenas os cinco primeiros e dizer que já venderam toda a cota", afirma.
Projeto No Senado, antes de chegar à Comissão de Educação, a matéria foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com alterações ao texto original. Na Comissão de Educação sofreu mais mudanças, após a realização de várias audiências públicas com representantes dos estudantes e dos produtores culturais. A relatora do projeto na Comissão de Educação é a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), que apresentou um substitutivo à matéria original, do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
Leia a íntegra da nota:
Carteira do estudante: UNE e UBES na luta para garantir esse direito!
A Carteira do Estudante com direito à meia-entrada foi uma conquista histórica do movimento estudantil na década de 1940. A lei foi instituída como uma política que garanta a complementação da formação acadêmica dos jovens, facilitando o seu acesso aos bens culturais.
Esta semana um projeto em discussão no Senado Federal chamou a atenção da juventude: o texto pode alterar a forma como a carteirinha de estudante é utilizada atualmente para a compra de ingressos pela metade do preço. Entre outras coisas, estabelece que a meia-entrada não valerá nos cinemas em finais de semana e feriados locais ou nacionais. Para todos os outros eventos, como peças teatrais e shows, a meia-entrada não valerá de quinta-feira a sábado, se o projeto for aprovado.
Nós da União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) reconhecemos a tentativa do parlamento brasileiro de regulamentar a emissão do documento, que de fato se faz necessária, mas não podemos permitir que esse direito conquistado seja, agora, limitado. Nós participamos do debate no Senado e contribuímos na formulação do PL com as seguintes propostas:
1) unificação da identidade estudantil, emitida por um mecanismo que impeça a falsificação, como a Casa da Moeda.
2) criação de um conselho amplo formado por sociedade civil, governo, Movimento Estudantil e parlamento para regulamentar a emissão desta identificação e garantir a vigência do direito à meia-entrada.
Defendemos a regulamentação na emissão do documento, sete anos após a Medida Provisória 2.208/01 editada pelo então ministro da educação Paulo Renato, que concede o direito a emissão de carteirinha a qualquer instituição de ensino, vê-se a desmoralização na emissão, trazendo sérios danos aos estudantes que vêem seu direito restrito na prática. A medida visava enfraquecer as entidades estudantis, cuja única forma de financiamento eram as carteiras. Até então, apenas a UNE e a UBES emitiam as carteiras e se opunham ao projeto de mercantilização e sucateamento da educação proposto por Paulo Renato e FHC.
A MP do ministro Paulo Renato estabeleceu uma indústria de carteiras estudantis no Brasil com entidades fantasmas sendo criadas com a única finalidade de vender o documento. Hoje, até empresas privadas que não possuem nenhuma ligação com os estudantes comercializam a tal carteira, induzindo uma enorme margem de fraude no processo de emissão do documento e gerando um universo de falsos estudantes que impeliram os estabelecimentos de entretenimento a elevar substancialmente o valor das entradas. Sob a argumentação de "universalizar" a meia-entrada, o ministro na prática deu um duro golpe também neste direito dos estudantes.
Vale ressaltar que a Carteira do Estudante é uma política específica criada para ampliar a formação dos jovens. Mas acabou perdendo o verdadeiro sentido com as inúmeras falsificações.
A iniciativa de tentar coibir a emissão de carteiras de estudante falsificadas, criando um documento único, padronizado, de validade nacional: a Carteira de Identificação Estudantil e de criar um Conselho Nacional de Fiscalização, Controle e Regulamentação da meia-entrada e da identidade estudantil, propostas do projeto estão de acordo com o que a UNE e a UBES reivindicam desde 2001. Contudo, há este terceiro ponto, que prevê a limitação dos dias de meia-entrada.
Não concordamos e, seria impossível para nós concordarmos, com a não aceitação da meia-entrada em todos os dias da semana, tendo em vista que para nós, esse é um direito conquistado pelos estudantes brasileiros e complemento de nossa formação.
Reafirmamos, mais uma vez, que defendemos o direito a meia-entrada em todos os dias da semana e lutaremos para que esse direito seja assegurado no projeto. É necessária também a validação apenas das carteiras emitidas pelas entidades estruturadas e reconhecidas nacionalmente, mediante apresentação de documentos que comprovem sua atuação legal e legítima. A criação de um fórum formado por representantes das entidades representativas dos estudantes e do fazer cultural e de entretenimento no país, para gerenciamento e controle do mecanismo também é questão fundamental.
Abaixo a MP 2.208/01! Pela regulamentação da emissão de carteiras sem restrição do direito!
31 de outubro de 2008
União Nacional dos Estudantes
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
Da Redação
Com UOL

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

"A mudança chegou à América"

Democrata bateu McCain nas urnas e é o 1º presidente negro dos EUA.

Daniel Buarque
Do G1, em Chicago

Barack Hussein Obama, 47 anos, foi eleito nesta terça-feira (4) o 44º presidente da história dos Estados Unidos. Ele será o primeiro negro a chefiar a nação mais rica do planeta.

No discurso da vitória, o senador democrata disse que a "hora da mudança chegou à América".

Obama falou em Chicago, seu berço político, pouco depois das 23h no horário local (3h de quarta em Brasília). Uma hora antes, projeções indicaram sua vitória sobre o também senador John McCain, 72 anos, um republicano.

"O caminho à frente será longo. Nossa escalada será árdua. Podemos não chegar lá em um ano ou em um mandato, mas, América, nunca estive mais esperançoso do que nesta noite de que chegaremos lá," afirmou Obama.

Pelas projeções, Obama terá mais de 330 dos 538 votos no Colégio Eleitoral - o mínimo para ser eleito é 270 -, num resultado que confirma a tendência apontada pelas pesquisas de intenção de voto divulgadas até a véspera da eleição. Até o início da manhã desta quarta, a apuração estava concluída em poucos estados.

A posse do democrata está marcada para 20 de janeiro, encerrando oito anos de um impopular governo do republicano George W. Bush.




Obama discursou para uma multidão no Grant Park, em Chicago, às margens do Lago Michigan. Segundo estimativa da rede de televisão CNN, o público foi de 125 mil pessoas. A agência Associated Press estimou em 250 mil.

No palco, ele sorriu menos do que durante a campanha, parecendo mais sério já como presidente eleito.Obama parabenizou o candidato derrotado, disse que McCain "trabalhou duro" durante a campanha e que quer trabalhar junto com o rival na Casa Branca. Ele também parabenizou seu candidato a vice, Joe Biden, sua mulher, Michelle Obama, e sua família.

Conheça a trajetória de Joe Biden, vice-presidente eleito dos EUA

Conheça a trajetória de Michelle Obama, próxima primeira-dama dos EUA Obama disse que o caminho que os Estados Unidos têm à frente é difícil e pediu "unidade" para enfrentar os desafios. "Nossa escalada vai ser íngreme. Nós não chegaremos lá em um ano nem em um mandato, mas, América, eu nunca estive tão esperançoso como nesta noite em que nós estamos aqui", disse. O presidente eleito afirmou que é hora de "sonhar novamente o sonho americano". Ele repisou várias vezes o "Yes, we can" (sim, nós podemos), um dos lemas de sua campanha, e disse que "tudo é possível".

Projeção

A projeção da rede CNN foi divulgada às 22h de Chicago (2h em Brasília), mesmo momento em que foram fechadas as urnas do importante estado da Califórnia. Lá, as projeções mostram que Obama garantiu os 55 votos no Colégio Eleitoral.

Outras redes de TV divulgaram projeções semelhantes logo em seguida.

Pouco depois, o senador McCain fez discurso em Phoenix, Arizona, admitindo a derrota. Ele disse que telefonou para Obama cumprimentando-o pela vitória.

Acompanhado de sua mulher, Cindy, e de sua candidata a vice, Sarah Palin, ele parabenizou publicamente Obama e se colocou à disposição do rival para ajudá-lo.

O discurso de McCain foi assistido com muita atenção no Grant Park, onde eleitores de Obama já se concentravam para festejar a vitória e esperavam a fala de Obama.

O candidato derrotado foi bastante aplaudido quando disse que ia respeitar o resultado das urnas. O único momento de vaia foi quando o republicano agradeceu a Sarah Palin.

O presidente George W. Bush também cumprimentou seu sucessor pela vitória eleitoral, informou a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, fez o mesmo. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, felicitou Obama e manifestou desejo de restabelecer diálogo. (veja a repercussão da vitória de Obama entre líderes de países). O Vaticano declarou que espera "Deus ilumine" Barack Obama, para que possa "corresponder às grandes expectativas depositadas nele."

Veja fotos da festa da vitória democrata

Aos 42 anos, Obama entra para a história depois de uma longa campanha, iniciada nas prévias do partido democrata, disputadas com a ex-primeira-dama Hillary Clinton. Um ano antes das eleições, o agora presidente-eleito ainda era desconhecido da maior parte dos Estados Unidos.

Por que a eleição de um negro para a Presidência dos EUA é histórica? Ele concorreu fazendo um apelo por “mudança”, palavra chave da sua campanha, e conseguiu empolgar o eleitorado, especialmente os mais jovens, com propostas de rompimento com o atual governo. Em Chicago, o G1 acompanhou o dia de votação , que parecia uma decisão de copa do mundo. Por toda a cidade as pessoas vestiam azul e carregavam símbolos da campanha democrata. Obama deve ter mais de 20 pontos percentuais de vantagem no Estado de Illinois. À noite, no Grant Park, os obamistas fizeram uma "contagem regressiva" para esperar o anúncio de que Obama era o virtual eleito.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Obama e McCain enfrentam-se em eleição presidencial histórica nos EUA

Próximo presidente pode ser o primeiro negro ou o mais velho da história.
Votação já começou em New Hampshire e Vermont.


Do G1, em São Paulo*


Nesta terça-feira (4), os norte-americanos irão às urnas para escolher seu 44º presidente, que cuidará, a partir de 20 de janeiro de 2009, de temas de relevância global, como a resposta à crise econômica e o destino da Guerra do Iraque.

Depois de um início de campanha equilibrado, a chapa democrata, de Barack Obama e Joe Biden, está à frente nas últimas pesquisas eleitorais, mas o candidato não quer "cantar vitória" contra os republicanos John McCain e Sarah Palin, que subiram alguns pontos nas intenções de votos nos últimos dias e apostam numa "virada" de última hora. A votação já começou nos estados de New Hampshire e Vermont, no nordeste do país. O dia de votação nos Estados Unidos começou nos pequenos municípios de Dixville Notch e Hart's Location (New Hampshire), seguindo uma antiga tradição . Os votos das poucas dezenas de eleitores foram contados e Obama venceu nos municípios.

Em Vermont, os locais de votação abriram as portas às 5h desta terça-feira (hora local e 8h de Brasília). A votação começou na área de Bennington, informou a diretora da zona eleitoral, Michele Hogan. Além disso, os eleitores americanos renovarão um terço do Senado e toda a Câmara de Representantes. Segundo as pesquisas, os democratas devem manter a maioria legislativa. A maioria dos colégios eleitorais da costa leste dos Estados Unidos deve abrir as portas entre as 10h GMT e as 12h GMT (8h e 10h de Brasília). O restante dos Estados Unidos deve começar a votar entre as 11h e 13h (de Brasília), seguidos pelo Alasca e o Havaí. As primeiras projeções dos canais de televisão locais são aguardadas para depois das 19h da costa leste americana (21h de Brasília).



Qualquer que seja o resultado, esta será uma eleição histórica: pode dar aos EUA o primeiro presidente negro, Obama, ou o presidente mais velho a ser empossado, McCain, de 72 anos.

Não é à toa que a campanha eleitoral de 2008 se converteu na mais cara da história dos EUA, com US$ 1,3 bilhão gasto desde as primárias. As prévias foram acirradas, principalmente com a disputa entre Obama e Hillary Clinton no Partido Democrata, e alguns dos principais favoritos acabaram "caindo" no meio do caminho.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Cúpula Ibero-Americana discute Juventude e Desenvolvimento

Brasília, 31/10/2008 - A XVIII Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, se encerra nesta sexta-feira, em São Salvador, capital de El Salvador. Com o tema “Juventude e Desenvolvimento”, o evento propiciou o debate entre os representantes dos países ibero-americanos sobre a cooperação em áreas como capacitação e emprego, educação, cultura, saúde, segurança, direitos humanos e migração. O Secretário Nacional de Juventude, Beto Cury, esteve presente na Cúpula, acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


A escolha do tema é de importância para os países participantes, em razão do expressivo número de jovens existentes nessas nações. Somente no Brasil existem cerca de 50 milhões de jovens. O Brasil compartilhou com os demais países sua experiência na formulação e implantação da Política Nacional de Juventude, lançada em 2005, e do projeto “Segundo Tempo”, que visa à integração social de jovens por meio do esporte.

Durante a reunião foi apresentado pela Organização Ibero-americana de Juventude, o Plano de Cooperação e Integração da Juventude da ibero-américa, que envolveu a discussão das políticas de integração das agendas governamentais.

Na Cúpula do ano passado, em Santiago do Chile, o ano de 2009 foi declarado “Ano Ibero-Americano da Juventude”. Desde abril deste ano, o tema juventude foi discutido por especialistas e ministros da área em reuniões setoriais preparatórias, como saúde, educação, cultura, turismo, gênero, meio ambiente, entre outros assuntos.

Fonte: http://www.juventude.gov.br

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Palestra na UDF com dep Rodrigo Rollemberg

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO DISTRITO FEDERAL - UDF
Evento sobre a Integração entre a Universidade, o Legislativo e a Sociedade
O evento objetiva estreitar contatos entre a universidade, o legislativo e a sociedade, de modo que o conhecimento produzido na universidade por meio de sugestões de anteprojetos de lei seja divulgado ao legislativo, estabelecendo assim uma relação de cooperação frutífera aos anseios da sociedade.

Vale destacar neste ponto, que a relação entre o Legislativo e a Universidade ainda não está institucionalizada, ou seja, não existem regularidade e clareza nesse relacionamento. Dessa forma, a proposta de trabalhos elaborados por alunos de Instituições de Ensino Superior pode contribuir para a utilização do conhecimento adquirido e construído como fonte de discussão no cenário legislativo.
No Centro Universitário do Distrito Federal - UDF, em especial o Curso de Direito, ampliam-se as possibilidades de realização do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), pois o aluno pode escolher a modalidade de monografia ou optar por fazer o seu trabalho final no formato de um Anteprojeto de Lei.
A relevância dessa nova modalidade de trabalho final se faz no sentido que o aluno pode apresentar propostas inovadoras, por meio de um anteprojeto de lei, contribuindo assim para discussão profunda e madura de temas relevantes no cenário social e jurídico atual. Os melhores trabalhos poderão ser encaminhados ao Congresso Nacional e aos Órgãos Competentes.
É importante destacar que a aluna Amanda Galvão Tabosa, aluna do segundo semestre de 2006, teve o seu trabalho reconhecido e utilizado pelo Deputado Federal Mendonça Prado (DEM-SE) no ano de 2007, tornando-se um projeto de lei, que já está tramitando no Congresso Nacional.
O título do trabalho da aluna foi "Doação de Armas apreendidas às Polícias Militares e Civis dos Estados e do Distrito Federal". Detalhes Importantes do Evento Formato: Palestra com um enfoque institucional-acadêmico (não é um debate político-partidário) sobre a importância e a necessidade de estreitar e fortalecer especialmente a relação entre o Legislativo e a Universidade.
Local: Auditório do Centro Universitário do Distrito Federal – UDF (Campus I) - SEP/SUL EQ. 704/904 conj. A SEP/SUL EQ 704/904 - CONJ A - Brasília/DF SEP/SUL EQ 704/904 - CONJ A - Bras
Dia: 27 de outubro de 2008 Horário: 20h às 22h ·
10 minutos para o Professor Asdrubal Nascimento Lima Júnior (Pró-Reitor do Ensino de Graduação e Sequencial do UDF) ·
5 minutos para a Professora Ana Beatriz Silva Carvalho de Deus (Coordenadora do Curso de Direito) ·
20 minutos para cada um dos deputados convidados (RODRIGO ROLLEMBERG - Deputado Federal e CHICO LEITE - Deputado Distrital) ·
20 minutos para perguntas Público Alvo: alunos de todos os Cursos do UDF ( em especial dos Cursos de Direito e de Ciência Política)
Composição da Mesa:
Professor Asdrubal Nascimento Lima Júnior (Pró-Reitor do Ensino de Graduação e Sequencial do UDF) ·
Professora Ana Beatriz Silva Carvalho de Deus (Coordenadora do Curso de Direito) · Deputados Convidados (RODRIGO ROLLEMBERG - Deputado Federal e CHICO LEITE - Deputado Distrital)
Organização do Evento: ·
Coordenação do Curso de Direito ·
Coordenação do Curso de Ciência Política ·
Coordenação de Atividades Complementares, Extensão e Eventos - CACEE ·
Núcleo de Pesquisa e Produção Científica - NPPC

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Artigo Correio Braziliense

As trajetórias das juventudes brasileiras
Correio Braziliense/DF
Segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Miriam Abramovay
Socióloga e coordenadora de Pesquisa da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla)
O Ipea, em análise à Pnda 2007 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) focaliza aspectos importantes para se pensar o presente e o futuro de um segmento fundamental da sociedade brasileira: a juventude de 15 a 29 anos. Estamos falando de 50,2 milhões de jovens que representam 26,4% da população total. O trabalho centraliza a análise em duas questões relevantes para essa juventude: educação e raça.
O estudo corrobora o que se tem discutido sobre o tema. Que não há somente uma juventude, mas juventudes, que se constituem um conjunto social diversificado com diferentes parcelas de oportunidades, dificuldades, facilidades e poder na nossa sociedade. Existem muitos e diversos grupos juvenis, com características particulares e específicas, que sofrem influências multiculturais e que, de certa forma, são globalizados.
Quando o assunto é educação e juventude, muitas são as carências que ainda se registram em termos de eqüidade e qualidade, ou seja, é essa combinação explosiva que, por um lado, permite aos jovens tomar consciência das oportunidades e possibilidades existentes na sociedade, mas, por outro, muitas vezes não lhes dá condições para aproveitá-las. O resultado passa a ser uma grande frustração, que desanima os jovens e os empurra ao abandono e à deserção escolar, especialmente aqueles provenientes dos estratos mais pobres e excluídos.
Estabelece-se uma espécie de defasagem entre educação e expectativas de realização, também relacionadas com a inserção no mercado de trabalho, já que uma das principais dificuldades enfrentadas pelos jovens é a falta de capacitação apropriada às demandas do mercado de trabalho e de experiência em relação aos adultos. A elevada seletividade do mercado, o que por sua vez se acentua em período de reestruturação da economia, dá mais oportunidade àqueles que dispõem de altos níveis educacionais.
No entanto tivemos alguns avanços, como mostra a Pnda, apesar de que os resultados ainda estejam aquém do desejado. O analfabetismo nos últimos 14 anos teve redução média de aproximadamente 0,5% ao ano. Hoje, no país, a taxa de analfabetismo é de 10%, sendo que, no Nordeste, atinge 20%; na região urbana metropolitana a taxa cai para 4,4% e, nas áreas rurais, é de 23,3%. Se olharmos os dados por raça, os jovens brancos apresentam taxa de analfabetismo de 6,1%, enquanto os jovens negros 14,1%.
Houve, também, melhoria no total de tempo de estudo entre os jovens. A taxa média brasileira atingiu 7,3 anos: 8,0 anos na região Sudeste; 6,0 anos no Nordeste; 8,5 anos entre a população urbana, enquanto somente 4,5 anos na rural, sendo que a população branca tem, em média, dois anos de estudo a mais (8,2 anos) que a população negra (6,4 anos).
Tivemos avanços? Sim. Os índices de analfabetismo juvenil diminuíram gradualmente. A taxa de freqüência líquida aumenta entre os jovens de 15 a 17 anos; de 1997 a 2007 se encurta a distância entre o analfabetismo dos jovens brancos e negros; a matrícula dos jovens negros no ensino médio triplicou desde 1997. No entanto, temos ainda muitos contrastes, como mostram os níveis entre a escolaridade de jovens urbanos e os rurais, sendo a dos últimos 30% menor.
Desafios? São muitos. Enfrentar com determinação e competência os problemas recorrentes do abandono escolar, a distorção idade/série, a escassa matrícula dos jovens de 15 a 17 anos no ensino médio (somente 50%), tirar da pobreza os 14 milhões de jovens (cujo núcleo familiar recebe até meio salário mínimo) e aumentar as chances de trabalho decente para eles, levando em conta que, em 2007, 4,6 milhões estavam sem emprego, ou seja, 63% do total de desempregados no país. Esses são alguns dos desafios que temos diante e que requerem respostas rápidas e consistentes. Essas já estão sendo dadas, em certa medida, já que nos últimos anos se incorpora na agenda nacional, como prioridade, políticas públicas de, para e com as juventudes. O governo federal, por meio da Secretaria Nacional de Juventude, e o Conselho Nacional de Juventude, junto com a sociedade civil organizada, têm um papel importante e ativo nesse processo.
Esse é um esforço que requer a participação efetiva do setor público, federal, estadual e municipal, com o apoio do setor privado. É preciso assumir real co-participação na elaboração e implementação das políticas públicas para as juventudes, e somente dessa forma poderemos afirmar que estamos ajudando a construir o presente e o futuro que tanto merecem nossos jovens.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Rollemberg faz palestra para alunos da faculdade ESPAM






Deputado falou sobre marketing político e explicou sua proposta de emenda à Constituição que institui eleições diretas para administradores

O deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DDF) esteve na faculdade ESPAM, de Sobradinho, na noite desta quinta-feira, dia 9 de outubro. No local, ele ministrou uma palestra sobre marketing político para os alunos de Administração. A atividade foi aplicada no contexto da disciplina Marketing II, cuja cadeira é ocupada pelo professor Marcos Torres. De acordo com a coordenadora do curso, professora Kátia Palomo, a vinda de Rollemberg foi mais uma atividade destinada a ampliar a visão de conjunto dos futuros profissionais de Administração. "Temos procurado oferecer palestras e debates que possam transcender o aprendizado em sala de aula. Entendemos que o preparo de nossos estudantes precisa passar necessariamente por relatos vigorosos de experiência", diz Palomo.

Eleição direta para administradores

Durante a palestra, o deputado federal Rodrigo Rollemberg defendeu a eleição direta para os administradores regionais do Distrito Federal. Rollemberg é autor de proposta de emenda à Constituição - PEC 261/2008 - que cria a eleição direta para os administradores das cidades do DF, atualmente nomeados pelo governador. Segundo o parlamentar, a proposta tem o objetivo de democratizar o processo político no Distrito Federal ampliando a participação popular. "Hoje alguns adminsitradores regionais sequer moram nas cidades que administram", afirma Rollemberg.

Assessoria de Imprensa da Faculdade ESPAM - 9/10/2008


terça-feira, 7 de outubro de 2008

Número de prefeitos do PSB cresce mais de 78% em comparação a 2004

Partido Socialista Brasileiro - PSB
06/10/2008 - 03:54
O Partido Socialista Brasileiro (PSB) elegeu, neste domingo (5), 308 prefeitos, o que representa crescimento de 78%, 128 a mais se comparado ao resultado de 2004. Naquele ano, foram 173 socialistas eleitos. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “O Partido cresceu com consistência e qualidade, o que representa uma grande alegria para todos nós. É uma grande vitória”, declarou o presidente Nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Os socialistas Ricardo Coutinho e Iradilson Sampaio são dois exemplos dessa vitória. Os candidatos foram reeleitos em João Pessoa e Boa Vista, respectivamente. Coutinho recebeu 73,85% dos votos válidos na capital paraibana. Foram 262 mil eleitores que declararam, nas urnas, sua confiança na gestão do PSB. Já na capital de Roraima, Iradilson teve 54,35% do total de votos.
Outro caso de reeleição em primeiro turno é o de São Vicente(SP), primeira cidade brasileira e que hoje tem 234.473 mil eleitores. O prefeito Tercio Garcia se reelegeu com 72,27% dos votos.
Em cidades com menos de 200 mil eleitores, onde não há segundo turno, o PSB também manteve prefeituras. É o caso de Santana do Livramento (RS), onde 21 mil eleitores confirmaram o prefeito Wainer Machado no cargo por mais um mandato.
Nas vice-prefeituras o PSB também conquistou vitórias. Foi o caso de Curitiba, onde o socialista Luciano Ducci foi reeleito ao lado de Beto Richa, com 77,27% dos votos válidos. E na capital pernambucana, Milton Coelho (PSB), foi eleito com João da Costa, do PT.
O número de vereadores do PSB também obteve aumento considerável. Subiu de 1.879 para 2.955 comparado ao resultado de 2004.
Para o vice-presidente da legenda, Roberto Amaral, “o PSB se fortaleceu muito para 2010 e aumentou o que buscamos, que é a capilaridade, com maior número de prefeitos e vereadores. Agora vamos nos concentrar para o segundo turno”.
Segundo turno
Em Belo Horizonte, o socialista Márcio Lacerda manteve a média apresentada pelas pesquisas e totalizou 43,59% dos votos. Com isso, segue para a disputa, no segundo turno, com Leonardo Quintão (PMDB) – que teve 41,26% dos votos. Em Macapá, Camilo Capiberibe (PSB) liderou nas urnas – 33,07% – e disputará, no dia 25 de outubro, a preferência dos eleitores com Roberto Góes (PDT) – 26,53%. Outra capital onde o PSB segue para o segundo turno é Manaus. O atual prefeito e candidato da legenda, Serafim Corrêa, conquistou 23% dos votos e concorre com o ex-governador do Amazonas, Amazonino Mendes, do PTB.
No caso das vice-prefeituras em capitais, o PSB concorrerá com a deputada Lídice da Mata, vice de Walter Pinheiro (PT), em Salvador. A dupla Walter e Lídice ficaram empatados com o peemedebista João, com 30% cada, o que aponta uma disputa equilibrada no dia 26.
“O desempenho nas urnas representa o reconhecimento da população de todo o trabalho inclusivo que o PSB tem desenvolvido, com programas de governo que contam com a participação popular e que buscam atender às demandas da sociedade”, afirmou o primeiro secretário Nacional do PSB, Carlos Siqueira.
Confira abaixo número completo de prefeitos do PSB eleitos por Estado e o número de vereadores do Partido em todo País:

Número de prefeitos do PSB eleitos por Estado
Pernambuco - 49
Rio Grande do Norte - 44
Piauí - 40
São Paulo - 25 / 2º turno em Mauá e São José do Rio
Preto Ceará - 22
Bahia - 17
Espírito Santo - 13
Paraná - 13
Paraíba - 12
Rio Grande do Sul - 12
Minas Gerais - 12 / 2º turno na capital
Sergipe - 10
Maranhão - 7
Alagoas - 5
Pará - 5
Goiás - 4
Tocantins - 4
Mato Grosso - 3
Rondônia - 3
Amapá - 2º turno na capital
Amazonas - 2º turno na capital
Mato Grosso do Sul - 2
Rio de Janeiro - 3 / 2º turno em Petrópolis
Acre - 1
Roraima - 1
Santa Catarina - 1
Total - 308
Vereadores do PSB eleitos no Brasil
São Paulo - 364
Rio Grande do Norte - 310
Piauí - 306
Pernambuco - 250
Minas Gerais - 220
Ceará - 191
Maranhão - 139
Paraná - 133
Bahia - 132
Paraíba - 125
Rio Grande do Sul - 115
Sergipe - 89
Tocantins - 87
Espírito Santo - 83
Goiás - 78
Pará - 61
Mato Grosso - 51
Rio de Janeiro - 47
Rondônia - 34
Santa Catarina - 33
Alagoas - 32
Mato Grosso do Sul - 23
Acre - 20
Amazonas - 19
Roraima - 7
Amapá - 6
Total - 2.955
Prefeitos eleitos nas capitais em 1º turno
João Pessoa (PB) - Ricardo Coutinho
Boa vista (RR) - Iradilson Sampaio
Total - 2
prefeitos eleitos PSB no 2º turno nas capitais
Macapá (AP) - Camilo Capiberibe – 59.864 - votos = 33,07% contra Roberto Goés (PDT) – 48.020 - votos – 26,53%
Manaus (AM) - serafim corrêa – 200.423 - votos = 23,00% contra Amazonino Mendes (PTB) – 402.717 - votos = 46,21
Belo Horizonte (MG) - Márcio Lacerda – 549.131 - votos = 43,59% contra Leonardo Quintão (PMDB) – 519.787 -votos = 41,26%
Total 3 candidatos do PSB
PSB no 2º turno nas cidades com mais de 200 mil eleitores
Petrópolis (RJ) - Ronaldo Medeiros (PSB) com 52.986 - votos = 31,29% contra Paulo Mustrangi (PT) com 69.644 - votos = 41,12%
Mauá (SP) - Chiquinho do Zaira (PSB) com 58.761 - votos = 27,20 % contra Oswaldo Dias (PT) com 104.037 / votos = 48,16 %
São José do Rio Preto (SP) - Valdomiro Lopes (PSB) com 85.752 - votos = 40,02% contra João Paulo Rillo (PT) com 61.943 - votos = 28,91%
Total - 3 candidatos

Gustavo Sousa Jr - Assessoria de Comunicação do PSB

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Rollemberg faz palestra no IESB

Deputado conversou com cerca de 150 alunos do curso de Turismo

Convidado pela Direção do Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), o deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) esteve nessa última sexta-feira (29/9) no auditório da faculdade para conversar com 150 estudantes do curso de turismo. O deputado fez uma avaliação geral sobre o turismo no Brasil e falou da importância da atividade para o desenvolvimento econômico do país.
"Tenho convicção de que nenhuma atividade econômica pode, de forma tão rápida, barata, sustentável e duradoura melhorar a situação econômica do nosso País, promover o desenvolvimento social com distribuição de renda, com a preservação do nosso patrimônio cultural, do nosso patrimônio natural”, disse Rollemberg.
O socialista pediu mais investimentos para o setor. “Todos os governos investem quantias milionárias para fazer a divulgação e a promoção do governo, mas ainda não vi nenhum Governo do Distrito Federal utilizar parte desses recursos para promover a cidade de Brasília. Também precisamos investir em qualificação profissional”. O deputado falou ainda sobre seu trabalho a frente da Secretaria de Turismo e sobre a Lei Geral do Turismo.
“Queria conclamar o Congresso Nacional brasileiro a aprovar a regulamentação da profissão de turismólogo que, juntamente com a aprovação da Lei Geral do Turismo, representa, de forma definitiva, o marco legal desse seguimento tão importante para o nosso País”.
Vocação
Rollemberg afirmou que Brasília tem duas grandes vocações na área de turismo: para ser a grande capital de eventos do País e para ser um grande pólo do turismo cívico. O parlamentar do Distrito Federal declarou que , neste momento, o governo precisa intensificar o turismo cívico. “Propus, formalmente, ao Presidente da Câmara e ao Presidente do Senado, a realização de um amplo seminário, reunindo essas instituições, o Poder Executivo, o Poder Judiciário, o trade turístico, a Secretaria de Turismo do Distrito Federal, as universidades, no sentido de aprofundar e qualificar esse tipo de turismo, tão importante não apenas para Brasília, cuja rede hoteleira apresenta baixíssimas taxas de ocupação aos finais de semana, assim como as companhias aéreas, que operam com baixa densidade nos finais de semana”.
O diretor acadêmico do IESB, Teobaldo Rivas, e a coordenadora do curso de Turismo, Claúdia Costa Brochado, também prestigiaram a palestra. Ao final, os alunos do curso de turismo participaram de um sorteio e receberam brindes.
Da Ascom do deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) - 30/9/2008

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Movimento estudantil: em pauta

Link da Matéria no site do JAP (Juventudes e Ação Politica): http://www.jap.org.br/site/1823/nota/119693
Projeto de lei prevê reparação do Estado à destruição da sede da Une e Ubes em 1964, trazendo reflexões sobre o papel do movimento hoje
Está em discussão o PL 3931/08, que prevê a responsabilização do Estado Brasileiro pela destruição da Sede da UNE/UBES em 1964, como um dos primeiros atos de instauração da ditadura no país. Hoje, passadas quatro décadas, entra em discussões entre os jovens e na própria sociedade, qual é o lugar e o papel dos movimentos estudantis. Quais são as bandeiras das entidades estudantis num governo dos trabalhadores? A autonomia é possível?
A destruição da sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), em 1964 está sendo relembrada em 2008. Em agosto, o presidente Lula assinou o projeto de lei que responsabilizando o Estado brasileiro pela destruição da casa da entidade durante a ditadura. O projeto de lei terá o acompanhamento do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) e conta com o apoio do Conselho Nacional de Juventude

O PL 3931/08, do Poder Executivo cria uma comissão interministerial para estabelecer o valor e a forma da indenização à UNE. Segundo informações da Agência Câmara, a votação da matéria ainda neste ano. A proposta também será submetida a análise das comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).
Antes da destruição, a sede na Praia do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro era partilhada pela UNE e União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), desde 1942. O espaço foi incendiado e saqueado em 1º de abril de 1964, sendo demolido em 1980. A expectativa é que o edifício seja reformado e conte com um projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer.
Movimento estudantil hoje – Os principais movimentos políticos, culturais e de resistência no país contaram com a participação ativa dos estudantes. No século XX, a mobilização e a força política de entidades como a UNE e a UBES foram marcas históricas significativas, especialmente nos momentos de combate às ditaduras. Hoje, são outros tempos. Já não há oposições tão claras e o governo brasileiro vem de bases esquerdistas. Fica então a pergunta sobre qual é o papel dos movimentos estudantis num contexto de social-democracia.
Para Lúcia Stumpf, presidente da UNE, a atual bandeira de luta da entidade é o Estado democrático e a consolidação das liberdades individuais de expressão, imprensa etc. "Se observarmos atentamente, ainda há muita precariedade nos serviços públicos básicos e o abismo social entre ricos e pobres ainda é escandaloso. Temos na Constituição de 1988, garantidos como direitos à educação, saúde, moradia, trabalho etc. Mas vemos que ainda há muitos entraves para que se configurem como uma realidade na vida das pessoas mais simples. O acesso à universidade ainda é muito difícil, mesmo com os avanços recentes. E enquanto o Brasil não for um país verdadeiramente democrático, no sentido de garantir plenos direitos a todos os cidadãos, a UNE se manterá nas ruas exigindo que estes direitos sejam atendidos" explica.
Segundo Fabrício Lopes, representante da UBES no Conjuve, "o movimento estudantil hoje transcendeu barreiras, o fato de entender o estudante como protagonista social contribuiu significativamente para que a luta ampliasse. Existem retrógrados que teimam em dizer que o ME enfraqueceu, pelo contrário, hoje ele tem mais frentes de atuação, passa pela política pública de juventude, movimento pela sustentabilidade ambiental, luta por condições de entrada no mercado de trabalho, entre outras".
Movimento estudantil e partidarismo - Hoje para muitos jovens o espaço da política estudantil é um lugar de dúvida e até mesmo descrédito. Na rebarba da desvalorização das instituições, as entidades estudantis também são questionadas. Estudioso do movimento estudantil, Otávio Luiz Machado questiona em seus artigos a relação intrincada das entidades com partidos políticos esquerdistas, dificultando uma posição mais autônoma e crítica dos movimentos, que não conseguem se distanciar dos govenos. Os conteúdos podem ser lidos na íntegra no blog Seja realista: peça o impossível (Movimento Estudantil Brasileiro), no endereço http://sejarealistapecaoimpossivel.blogspot.com/.
Para a presidente da UNE, as diretorias são compostas por estudantes de diferentes correntes ideológicas e políticas, "há estudantes com filiação partidária de esquerda, estudantes com filiação partidária de direita e estudantes sem filiação partidária alguma. Ou seja, não é a filiação partidária que determina, mas o compromisso com a luta estudantil". A militante considera que o histórico dos movimentos não pode ser colocado em xeque pelo que chama de "demonização da filiação partidária". Segundo ela, a UNE jamais se isentou de fazer as críticas necessárias ao governo, como quando do aumento dos juros, em que fizemos uma manifestação pelo "Fora Meirelles!" em Brasília.
Lopes acredita que o envolvimento dos membros da entidade com partidos políticos faz parte do processo histórico de incentivo dos partidos à militância interna. Fora que acredita que a maior organização fortalece os grupos, o que não impede a participação de todos.
Para a presidente da UNE, "O Movimento Estudantil foi um dos pontos altos da resistência ao neoliberalismo no país. Foram greves, passeatas, vigílias, tudo para barrar o projeto em curso. Hoje observamos um esvaziamento da agenda neoliberal no país e devemos isso em parte à mobilização dos estudantes universitários e secundaristas da década de 90. Obtivemos vitórias, mas também derrotas. Uma delas é justamente o avanço dos discursos individualista e da falência das instituições políticas, que estão interligados. Este discurso oculta na verdade interesses poderosos de manter o status quo. Para isso, é imprescindível uma população apática, um povo que não lute, daí a importância de inculcar no imaginário das pessoas, em especial dos jovens, que na vida vale o 'salve-se quem puder' e que 'político é tudo igual'".
A entidade vem se envolvendo com atividades de mobilização e participação política, como a campanha "Mudar a Política para Mudar o Brasil", onde é proposta a reforma política de caráter democratizante no país. Outra iniciativa é a Caravana UNE: Saúde, Educação e Cultura, que percorrerá 41 instituições das 27 unidades da Federação, discutindo temas que relacionam saúde e comportamento juvenil como álcool e violência no trânsito, descriminalização das drogas, legalização do aborto, DSTs (com realização de testes rápidos de HIV), além das discussões do chamado Projeto Brasil, no qual se agregam o SUS, o sistema político, políticas educacionais.
Para Fabrício Lopes, a militância estudantil marca o início da militância política de muitos jovens. "Através do ambiente escolar iniciamos muitas das habilidades que vamos desenvolver no nosso futuro. Fazer política não está ligado intimamente a fazer a política escolar, ela vai além, alunos que buscam um habitat saudável, ou mesmo cobram o efetivo aprendizado do currículo escolar já demonstram que têm habilidades políticas e que pode começar desde já a construir suas idéias também para a sociedade".
O conselheiro de juventude não acha que as instituições políticas do país não vivem um descrédito, mas sim falta de informação. "A política de entretenimento, versus, conhecimento vêm ao longo dos últimos anos assolando a nossa sociedade. Liga se a televisão e parece que tudo está distante, ou então que nada passa perto de nossas casas. Por vezes ter noção da realidade e lutar para transformá-la é doloroso. Noticias chocam, mas parece que é só trocar de canal e não choca mais. É necessário criar uma cultura de busca do conhecimento, hoje quem detém informação está mais preparado para o futuro. A escola precisa ser o estopim desta política e os jovens os agentes de direito da transformação. É possível acreditar ainda" conclui.
Conselho da Juventude de São Vicente
Criado pela Lei Municipal nº 1773-A/2006
Rua 11 de Junho, nº 40 - Boa Vista - São Vicente
CEP: 11320-160
Fone:(13) 3569-2213

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

José Geraldo vence eleições para Reitor da UnB

Resgate da utopia

Em entrevista concedida logo após o anúncio da vitória,José Geraldo fala sobre seu principal projeto para a universidade
Da Secretaria de Comunicação da UnB
Foto: Roberto Fleury/UnB Agência

José Geraldo de Sousa Júnior venceu o segundo turno da disputa pela Reitoria da Universidade de Brasília (UnB), com 51,61% dos pontos. Seu adversário, Márcio Martins Pimentel, conquistou 48,39%. O resultado foi anunciado pela Comissão Organizadora da Consulta (COC) às 3h, no Centro Comunitário Athos Bulcão.
Como primeiro passo, José Geraldo pretende aproximar a administração dos três segmentos e resgatar o projeto original da universidade. Ele também considera fundamental o papel dos estudantes durante a campanha. Confira, abaixo, a entrevista concedida logo após a divulgação.

UnB AGÊNCIA - Qual é o seu projeto para a universidade?JOSÉ GERALDO DE SOUSA JÚNIOR - O resgate da sua utopia. Quero humanizar a produção de conhecimento, que a instituição descubra na juventude brasileira e brasiliense o seu potencial generoso e vigilante. Foram os estudantes que mais rapidamente se deram conta do momento difícil que a universidade vivia e que mais rapidamente se mobilizaram, contagiando o resto da universidade.
Por isso, é preciso que professores e servidores tenham a consciência de sua responsabilidade com essa juventude e possa imprimir ao projeto da universidade a condição qualitativa para realizar a utopia. Esse é o sonho dos fundadores, é o sonho da continuidade da redemocratização.
Aqueles reitores da fundação e da redemocratização estão presentes neste momento em que novamente a universidade se recompõe e se reorienta para o futuro.
UnB AGÊNCIA - Qual foi a estratégia para conseguir uma votação tão alta e o crescimento do número de eleitores entre os professores?
JOSÉ GERALDO - A autenticidade, a afirmação de uma plataforma que se construiu no compartilhamento dos apoiadores, daqueles que vêem a universidade como o seu centro de referência. É a autenticidade do projeto, pois ele não foi construído artificialmente. Foi consultado nos seus momentos plenos de concretização e a comunidade percebeu isso na cultura da universidade.
Nós autenticamos as propostas no diálogo, no confronto das posições e nos debates. Esses momentos permitiram testar a autenticidade do projeto. Eu e meu vice somos antigos na casa. Temos trajetória e a comunidade percebeu isso.
UnB AGÊNCIA - Qual será o seu primeiro passo?
JOSÉ GERALDO - Construir imediatamente essa ponte do diálogo para resgatar a universidade para o seu projeto autêntico. Ela passou por momentos difíceis e, nessa transição, algumas fraturas foram expostas. É preciso consolidar essas rupturas e construir a passagem para o futuro da universidade. O reitor tem que abrir o diálogo, a interlocução. Deve se comunicar com todos os segmentos e afirmar o compromisso com o projeto que foi reconhecido e aprovado.
UnB AGÊNCIA - Qual foi a participação dos estudantes nessa vitória?
JOSÉ GERALDO - A participação foi a do contágio. Eles já se mobilizavam em torno do resgate do projeto autêntico da UnB, abriram a comunicação com a sociedade para mostrar que a instituição estava em um processo de descaminho, eles tiveram um protagonismo contagiante.
Eles se unificaram nessa experiência, distinguiram os projetos que estavam nos debates, percorreram sala a sala, mobilizaram servidores e professores e tiveram papel fundamental. O resultado disso é consagrador, mas é também uma tremenda responsabilidade porque pode frustrar essa expectativa.
UnB AGÊNCIA - A comemoração vai ser onde?
JOSÉ GERALDO - Já é aqui e aí é seguir o coração dos estudantes, ao lado dos professores e servidores.
O vice-reitor eleito, João Batista de Sousa, tem um discurso afinado com o de José Geraldo. Até então diretor licenciado do Hospital Universitário de Brasília (HUB), ele pretende voltar ainda esta sexta-feira, 26 de setembro, ao hospital e dar continuidade ao trabalho feito por pouco mais de um ano. Conheça algumas idéias de Batista.
UnB AGÊNCIA - Como o senhor pretende contribuir como vice-reitor? Qual será a primeira atitude?
JOÃO BATISTA DE SOUSA - A minha primeira atitude será conversar com os estudantes. A nossa tônica é uma gestão compartilhada, participativa, inclusiva, com a participação dos servidores, com a participação dos estudantes, dos professores. Estamos conscientes que ganhamos com a diferença pequena, que caracteriza esse processo da universidade e estamos cientes de que devemos governar para todos, para toda a universidade.

UnB AGÊNCIA – O senhor pretende seguir a política da gestão pro tempore de resolver os problemas do Hospital Universitário de Brasília (HUB)?
SOUSA – Pretendo resolver os problemas não só do HUB como de todos os órgãos de apoio. O hospital não vai ser separado da universidade. Nesse processo eleitoral, vimos que todos os órgãos da universidade, quando os candidatos visitavam, eles falavam com os diretores. No HUB, não. As pessoas não falavam com os diretores. E ele precisa ser incluído na universidade.