terça-feira, 8 de julho de 2008

Deputados destacam trajetória política de Djalma Marinho

Câmara dos Deputados faz homenagem ao ex-deputado federal Djalma Marinho

FOTO: Sérgio Frances

O papel do ex-deputado e jurista Djalma Marinho na defesa dos direitos políticos, da liberdade de expressão e da redemocratização do País foram lembrados nessa segunda-feira (7/7) em sessão solene do Plenário da Câmara, que homenageou o centenário de nascimento do político do Rio Grande do Norte. Djalma Marinho nasceu em 30 de junho de 1908, em Nova Cruz, município de São José de Campestre (RN) e morreu em 1981, aos 73 anos.

Em discurso, o presidente do Senado Federal, Garibaldi Alves, afirmou que sua luta pela liberdade do Congresso faz falta nos dias atuais. “Djalma faz falta a um Parlamento que precisa ser independente e se ver livre dessas pautas trancadas por medidas provisórias. Ninguém pode conceber um Parlamento, com Djalma Marinho, tendo a enxurrada de medidas provisórias que temos hoje”, protestou sob aplausos. Djalma Marinho protagonizou um dos discursos mais importantes da história da Câmara dos Deputados e marcou para todo o Brasil sua personalidade. “Ao rei tudo, menos a honra”, disse inspirado no teatrólogo espanhol, Calderón de La Barca, como protesto a pressão que o Governo do General Arthur da Costa e Silva exerceu, obrigando a maioria dos deputados a aprovar pedido de licença do Supremo Tribunal Federal, para processar o Deputado Márcio Moreira Alves, que, em setembro de 1967, pronunciara discurso considerado ofensivo ás Forças Armadas.

“Djalma Marinho, presidente da Comissão, renunciou à presidência com a coragem que poucos brasileiros exerceram ao longo da história política deste País, embora fosse membro da base do Governo recusou-se a concordar com a autorização da cassação” relatou o deputado Rodrigo Rollemberg (PSB/DF). Neto de Djalma Marinho, o deputado Rogério Marinho (PSB/RN) destacou o esforço e a luta incessante de seu avô a favor do Estado de Direito e do restabelecimento da democracia no País. “Em sua derradeira disputa política, perdeu a eleição para a Presidência desta Casa, em 1981, já no seu último ano de vida. Passado o pleito, perdoou aqueles que não puderam resistir à força do governo militar, que não queria a sua eleição por considerá-lo dissidente”. Djalma foi derrotado por pouco mais de 30 votos e afirmou aos amigos, "Sei de mim que sempre competi vencendo, porque a minha vitória é a crença no que digo."

O senador José Agripino definiu Djalma Marinho como um estadista corajoso. “Djalma é muito conhecido pela frase: - Ao meu rei tudo menos a honra. Eu não acho que essa seja a frase que melhor o resume. Djalma diz, num dado momento: O melhor da democracia não é eleger os melhores, é derrotar os demagogos, os mentirosos e os subservientes”, destacou o senador Agripino.

Jornal da Câmara com Ascom da Liderança do PSB na Câmara dos Deputados - Atualizada em 8/7/2008

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