sexta-feira, 25 de julho de 2008

Promotoria investiga fraudes na transferência de títulos para Goiás

Títulos foram transferidos do DF para região entre Brasília e Goiás. Eleitores flagrados podem ter que responder por falsidade ideológica.
Do G1, em Brasília, com informações do DFTV
A Promotoria Eleitoral investiga supostas fraudes na transferência de milhares de títulos de eleitores do Distrito Federal para o Entorno, região que fica entre Brasília e Goiás, que realizará eleições em outubro (no DF não há eleições municipais).
Entre as 20 cidades do Entorno, Águas Lindas de Goiás foi a que mais recebeu eleitores transferidos, totalizando 3.396. Em segundo lugar aparece Valparaíso (GO), com 1.467, e em terceiro Luziânia (GO), com 1.360.

O promotor eleitoral de Águas Lindas, João Paulo Oliveira, afirma que bastam duas declarações falsas de escolaridade emitidas por uma secretária de uma escola municipal para conseguir a transferência eleitoral.
A equipe do DFTV 2ª Edição procurou a secretária Wanessa Souza de Lima, que disse ter feito um favor para uma amiga. “A pessoa é minha conhecida. Ela me pediu para que eu fizesse as declarações que levaria os documentos necessários depois. Acreditei nela e fiz. Mas não ganhei nada por isso, foi por amizade mesmo”.
Wanessa vai responder na Justiça por falsidade ideológica, assim como os eleitores. “Quem insere declaração falsa, seja para transferir o título ou para qualquer outro fim, vai responder por falsidade ideológica, além de perder o título”, explica o promotor.
Os moradores da cidade desconfiam. “Se a pessoa mora em outro lugar, ela não vai saber as necessidades da nossa cidade. Então, vai votar em qualquer um candidato que pedir. Isso não vai adiantar, não vai mudar nada”, reclama estudante Ana Cristina da Silva.
“Quem tem que decidir são as pessoas que moram na cidade, que pensam num futuro melhor.
Quem é de fora só ajuda os políticos mal-intencionados”, diz o motorista Edmilson Siqueira.
“Tem gente que vende um voto por causa de um quilo de feijão”, enfatiza o aposentado Aderaldo Batista dos Reis. “Eu acho que eles dão alguma propina para estas pessoas, como R$ 10 ou uma cesta básica”, revela o chaveiro Vagnon dos Santos.

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